quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

MATUTO NORDESTINO

Um matuto nordestino
Daquele matuto forte
Vivendo desde menino
Que não teme nem a morte
E vive no alto da serra
Sentindo o cheiro da terra
Seu habitat natural
Está sempre trabalhando
No roçado labutando
Pra poder ganhar real

Amigo dos passarinhos
E de todos animais
Conhece todos caminhos
Que existem nos matagais
E vive sempre sorrindo
Procurando o que é lindo
Para poder admirar
Pega lindas borboletas
Verdes, laranjas ou pretas
E solta elas pra voar

Homem de coração livre
Amante da natureza
Ele sempre sobrevive
Nem que seja na pobreza
Buscando sempre a glória
Fazendo sua história
Onde ele ‘tiver morando
Observando a riqueza
Contemplando a beleza
Encontra-se sempre amando

Não possui nenhum estudo
Mas sabe muito na vida
Aprendeu fazer de tudo
Vivendo na sua lida
Só sabe falar ‘errado’
Consertar algo quebrado
Enfrentar qualquer perigo
Procurando sempre a luz
Encontra só em Jesus
O seu verdadeiro amigo

Na vida segue feliz
Morando no seu sertão
Tornando-se um aprendiz
Do que diz seu coração
Ama só sua mulher
Outra beleza não quer
Nem que seja mais faceira
Gosta mesmo é da sua
Juntinhos olham pra lua
Sua paixão verdadeira.

(Serra Esperança, 17/07/2010)



quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

ÁRVORES SERTANEJAS

O SERTÃO EM VERSOS

Ao lado da casa minha
Há um grande juazeiro
Um sabiá faz poleiro
Bem-te-vi, gola, rolinha
Até mesmo uma andorinha
Tem cantado seu refrão
É grande a animação
E diversos são os temas
Juazeiros e juremas
Árvores do meu sertão

Quando começa chover
O galo campina canta
O seu canto nos encanta
Logo ao dia amanhecer
A chuva fará nascer
Nossa linda plantação
Depois de longo verão
As chuvas não são problemas
Juazeiros e juremas
Árvores do meu sertão. 

AMOR NO SERTÃO

Ele a viu quando passou
E começou observando
Notou que ela ‘tava’ olhando
Um pássaro que voou
No juazeiro pousou
E cantou uma canção
Que tocou seu coração
Deixando emocionada
Sentindo já ser amada
Pelo homem do sertão

Ela vive na cidade
Esbanjando boniteza
Pois a rica natureza
Percebeu sua vaidade
Ele sente imensa saudade
Do seu sorriso atraente
O seu amor inocente  
Acendeu o seu desejo
Cativando o sertanejo
Que vivia tristemente. 

sábado, 3 de fevereiro de 2018

CHUVA NO SERTÃO

O SERTÃO EM VERSOS

Há muito que não chovia
Açudes secos já tavam
Nem os pássaros cantavam
Era grande a agonia
O sertanejo sofria
Buscava sobreviver
E procurava manter
A sua alimentação
Basta chover no sertão
Pra jurema enverdecer

Começava preparar
A terra para o plantio
Não havia água no rio
Para as plantas aguar
Quando viu relampejar
E começar a chover
O mato veio nascer
Junto com a plantação
Basta chover no sertão
Pra jurema enverdecer

Água corre no telhado
Enche a casa de biqueira
Em cima da laranjeira
O sabiá tá pousado
E muito tem alegrado
Nosso tristonho viver
Estávamos a sofrer
Imensa lamentação
Basta chover no sertão
Pra jurema enverdecer

Os passarinhos cantando
No topo do juazeiro
Voando ‘pro’ cajueiro
A chuvada anunciando
Os cavalos festejando
Tão velozes a correr
O vento vem pra varrer
Os sapos cantam refrão
Basta chover no sertão
Pra jurema enverdecer.


(Sítio Tanquinho, 23/01/2018)