O dia virá, eu sei. Em um
certo momento, o doutor determinará que meu cérebro tem parado de funcionar e
que minha vida tem terminado. Quando isso acontecer, não tente implantar vida
artificial em meu corpo usando uma máquina.
Em vez disso, dê minha visão
para o homem que nunca viu um nascer do sol, um rosto de um bebê ou o amor nos
olhos de uma mulher. Dê meu coração para uma pessoa cujo próprio coração não
tenha causado nada, mas dias infinitos de dor. Dê meu sangue para o jovem que
foi retirado dos destroços de seu carro, então ele poderá viver para ver seu
neto brincar. Dê meus rins para a pessoa que depende de uma máquina para
existir de semana a semana. Pegue meus ossos, todos os músculos, toda fibra e
nervo de meu corpo e encontre uma maneira para fazer uma criança aleijada
caminhar.
Explore todo canto do meu
cérebro. Pegue as células, se necessário, e deixe-as crescerem até que, algum
dia, um garoto mudo esteja hábil para gritar que seu time fez um gol e
uma garota surda ouça o som da chuva contra suas janelas. Queime o que está
errado em mim e espalhe as cinzas para os ventos ajudarem as flores crescerem.
Se você realmente quer
esconder alguma coisa, deixe que sejam minhas falhas, minhas fraquezas e todo meu
preconceito contra o meu homem camarada. Dê meus pecados para o diabo. Dê minha
alma para Deus. Se você deseja lembrar-se de mim, faça isso com um ato ou
palavra para ajudar alguém que precisa de você. Se você fizer tudo que eu tenho pedido, eu
viverei para sempre.
Adaptado do livro “To Remember Me” de Roben
Noel Test e traduzido por José Roberto Morais.