domingo, 28 de julho de 2019

COLAÇÃO DE GRAU


Depois de longos quatro anos e alguns meses, chegou o momento aguardado pelos graduandos do curso de Letras/Inglês da Universidade Estadual do Piauí, em Pio IX - PI. Um momento de agradecimento a todos que fizeram parte desse círculo que se fecha. Dia que será proferido o juramento dos novos profissionais da educação (professores de Língua Inglesa).
Conhecimentos literários, acadêmicos, pedagógicos foram adquiridos nesse percurso. Além disso, algo de relevância imensurável foram os laços interpessoais construídos que levaremos para vida fora da universidade. As amizades, as lembranças, os registros fotográficos que registraram momentos são relevantes enquanto resgate das memórias universitárias.
Agradeço a Deus pela dádiva da vida; aos meus pais, meus primeiros educadores; a todos professores que ministraram aulas durante o curso; em especial, aos tutores Lafayette Viana e Marcos Meneses e meus colegas de turma; agradeço também as coordenadoras do polo de Pio IX – PI, Rosilândia Melo e Joselúcia Araripe.
Eis que estou graduando... venha participar desse evento.

José Roberto Morais

terça-feira, 23 de julho de 2019

OS POETAS REPENTISTAS

Netinho Macedo mora
No estado do Piauí
E veio ao Cariri
Urgente, sem ter demora
Depois que cantou, foi embora
Mas deixou o seu repente
Um cantador competente
Pois sua arte nos encanta
Netinho Macedo canta
As canções de nossa gente
          
Junto ao Antônio Poeta
Num evento cultural
O espetáculo atual
Tornou a noite completa
Atingiram sua meta
Cantando sempre pra frente
E seu verso inteligente
Saiu da sua garganta
Netinho Macedo canta
As canções de nossa gente

Na casa de Sil Garrote
Um grande show de viola
Versos veio da cachola
Sextilha, poema e mote
Pra completar o pacote
O desafio eloquente
Cada poeta ciente
A poesia agiganta
Antônio Poeta canta
As canções de nossa gente


Antônio Poeta fez
Versos e também cantou
Nas sextilhas que rimou
Demonstrou sua altivez
E sempre na sua vez
Agindo corretamente
Cantou e foi prudente
Depois que comeu a janta
Antônio Poeta canta
As canções de nossa gente.

Sítio Tanquinho, 23 de julho de 2019.

domingo, 21 de julho de 2019

AMOR COMETA


Seu amor foi um cometa
Que numa noite brilhou
Minha vida iluminou
Surgindo na noite preta
Senti-me n’outro planeta
Ao beijar e amar você
Nunca pensei em perder
Mas logo você partiu
Nem sequer se despediu
Causando-me padecer

Aquele seu doce beijo
Eu nunca vou esquecer
Pensei logo em escrever
Para expressar meu desejo
Faz tempo que não a vejo
Já sinto saudade sua
E procurei lá na rua
Passei lá em sua casa
Sinto-me uma ave sem asa
Numa noite sem ter lua

Soube que tem outro amor
Já esqueceu meu carinho
Deixando-me tão sozinho
Tornando-me um sofredor
Meu coração pecador
Sua falta está sentindo
Pois lembro você sorrindo
E seus lábios me beijar
Eu sigo sempre a sonhar
Sem sequer está dormindo  
  
Dois anos já completou
Eu não consigo esquecer
Pois pretendo ver você
Pra sentir o seu calor
Meus sonhos você levou
E meu dia escureceu
Já nem sei quem sou eu
Vivendo nesse planeta
Nosso amor foi um cometa
Brilhou, desapareceu.

José Roberto, poeta
Sítio Tanquinho, 21 de julho de 2019

sexta-feira, 19 de julho de 2019

CEARENSE DE CORAÇÃO

LITERATURA DO OESTE CARIRIENSE

Discurso de recepção ao acadêmico Prof. Mariano Oliveira

Nesta tarde memorável, a Academia de Letras do Brasil/Seccional/Araripe-CE, recebe em posse efetiva, o acadêmico Mariano de Oliveira Carvalho. Professor, poeta e escritor nascido em São Paulo, mas cearense de coração e criação. Graduado em Geografia pela Universidade Regional do Cariri; Especialista em Docência do Ensino Superior e Geoprocessamento pela PUC de Minas e em Geologia Histórica e Paleontologia pela Universidade Federal do Ceará; e Mestre em Geografia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú.
Filho do Sr. Valdir (lavrador) e D. Socorro (costureira) responsáveis pela sua alfabetização, Mariano encontrou no ambiente escolar o espaço ideal para realizar-se profissionalmente. Tornou-se professor e tem ministrado aulas no Ensino Médio e no Ensino Superior. Atualmente, exerce a função de Coordenador Pedagógico da área de Ciências Humanas na Escola de Ensino Médio de Campos Sales.
Conheci o professor Mariano em 2012, quando comecei ministrar aulas na instituição supracitada. Naquela época, o recém-concursado docente de Geografia já era destaque nos projetos científicos. Os seus projetos sempre foram campeões na mostra científica da escola e na regional da Crede 18. Uma pesquisa possibilitou que o docente ingressasse no curso de mestrado em Geografia na Universidade Estadual Vale do Acaraú, em Sobral - CE, concluindo em 2016 com a dissertação “Cartografia participativa e planejamento urbano: experiências de práticas colaborativas no ambiente escolar em Campos Sales, Ceará” sob orientação da professora Dra. Virgínia Célia Cavalcante de Holanda. A sua dissertação fora publicada posteriormente pela Secretaria da Educação do Estado.
Em 2018, o poeta Mariano participou de um projeto literário com outros escritores do Cariri, trata-se do livro “Antologia Poética: Escritores do Cariri” publicado no início de 2019 pela editora A Província. Além desses livros, o escritor é autor da letra do Hino Municipal de Campos Sales – CE.  
Hoje o acadêmico adentra efetivamente a maior entidade literária do Cariri Oeste, A Academia de Letras do Brasil, apresentando a pesquisa biográfica sobre seu avô, Mariano Lima de Carvalho, buscando reconstruir o vivenciado e saber em que medida isto constitui as perspectivas atuais e as referências de suas ações.
Boas vindas, Mestre Mariano Oliveira. Seu ingresso efetivo nessa entidade enobrece a cultura literária e sua simplicidade e discrição, além dos serviços prestados em prol da educação e da pesquisa científica, não passarão desapercebidos pela sociedade literária que o acolhe em cooperação e parceria.
Obrigado.

José Roberto Morais, escritor
Cadeira nº 22 da ALB/Seccional/Araripe-CE
Patrono: Antônio Paulino de Lima

quinta-feira, 18 de julho de 2019

EXPOCRATO

Eu vi na mostra no Crato
Um espaço de cultura
A feira de artesanato
Espaço de literatura
Exposição de bovinos,
Os ovinos e caprinos
E também agricultura
As comidas nordestinas
As bebidas cristalinas
O engenho de rapadura.

quarta-feira, 17 de julho de 2019

SPA: A CASA DOS POETAS


Alguns poetas unidos pensaram
Criar uma entidade cultural
Aquele sonho tornou-se real
Quando outros sócios a eles se juntaram
Depois os documentos organizaram
A esperança no seio deles cresce
O plano organizado fortalece
A sociedade veio nascendo
A entidade dos poetas crescendo
A cultura literária enriquece
                        
Hélio, Aroldo Lobo e Deusimar
Puseram suas ideias em prática
Usando seu carisma como tática
Outros poetas viram se juntar
Em julho puderam comemorar
Pois o sonho deles logo floresce
E nossa luta ainda permanece
Com essa Sociedade mantendo
A entidade dos poetas crescendo
A cultura literária enriquece

Já se aproximando dos treze anos
Adentrando a jovem adolescência
Essa casa mantendo sua essência
Pra o futuro gerando novos planos
Os poetas são rurais ou urbanos
Desenvolvem projeto que acontece
E o nome desta entidade enobrece
Pois boas obras estão escrevendo
A entidade dos poetas crescendo
A cultura literária enriquece

Hoje contamos com vinte cadeiras
Poetas jovens estão frequentando
Os estudantes que vão revelando
Seguindo dos poetas as maneiras
Encontram aqui as mãos hospedeiras
Que apoio aos seus talentos oferece
E a riqueza dos versos prevalece
Eventos culturais desenvolvendo
A entidade dos poetas crescendo
A cultura literária enriquece.

José Roberto, poeta
Sítio Tanquinho, 17 de julho de 2019.

Sociedade dos Poetas de Araripe – SPA,
Fundada em 29 de julho de 2006.

terça-feira, 9 de julho de 2019

UM POETA E CRONISTA SALITRENSE

                                                                                              LITERATURA DO OESTE CARIRIENSE

O professor, pedagogo, poeta e cronista salitrense, Manoel Neto, nasceu e vive em Salitre, Ceará.  Graduado em Pedagogia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Concluiu o curso de graduação com o texto “Dialética da formação escolar: memória e reflexão”, em 2013. Atualmente, trabalha na Secretaria Municipal de Educação. Além de ser tutor de cursos EaD em Campos Sales - CE e professor na Escola José Waldemar de Alcâncara e Silva.
Desde 2010, dedica-se a escrever contos e poemas para a Câmara Brasileira de Jovens Escritores (CBJE). Tem dois livros publicado: em 2012, publicou “Rota do mundo e outros poemas” pela CBJE; já em 2015, Manoel Neto, enquanto pesquisador registrou não mais seus sentimentos, mas a história de sua cidade em “Cuia Grande: a história de Salitre” pela editora virtualbooks.  O poeta salitrense tem contos e poemas publicados em mais de 20 antologias. Além desses, ele tornou-se blogger (blogueiro) e desde 2011 alimenta o blog manoelnetopoeta.blogspot.com no qual presenteia seus leitores com poemas e crônicas.
As crônicas, sem dúvida, são seu destaque enquanto escritor. As seções de crônicas do lar e da escola das crianças nos apresenta situações vividas e/ou observadas no cotidiano escolar enquanto professor. Crônicas como “A salvação da escola” em que o professor cronista ressalta que acredita que “as crianças é que são a salvação da escola”, e que “nada na escola se equipara à personalidade dos principais atores, as crianças, que alegram e confortam. Lidar com os pequeninos é o mais interessante; ter o privilégio de todos os dias os ver adentrar pelo portão da escola, depois de terem saído às pressas do ônibus escolar ou dos paus-de-arara, dá-me uma sensação de prazer e ânimo.”
Na crônica “A caminho da escola” o cronista debruça-se sobre o computador para registrar a algazarra provocada pelas crianças e os fatos que ocorrem nessa trajetória, quando “o ônibus fura o pneu, ou as vacas tomam a estrada, ou aparecem cãezinhos abandonados numa curva.” Ou até mesmo, quando o motorista esquece de parar o automóvel escolar para alunos descerem, como aconteceu com Iasmin que deveria descer no campinho de futebol, obrigando um garoto a pedalar e gritar atrás do ônibus pedindo para o motorista pará-lo.
Outra seção do blog do professor, aborda o cotidiano onde ele vive. Trata-se das crônicas da vida do povo de Salitre, que apresenta-nos humoristicamente relatos da vida dos habitantes da pacata cidade. Nessa seção, os relatos são sobre o programa de rádio apresentado pelo padre recém-chegado à cidade; a festa da chegada do ano novo; os meninos que jogam bola na rua onde o cronista mora; o enterro de um cachorro; o uso de baladeiras pelos meninos; lembranças da casa da avó; as cacimbas onde pegam água para as utilidades do lar; as mulheres nos aviamentos a raspar mandioca; homenagem a sua cidade no aniversário da mesma, destacando trechos do hino municipal; o resgate da história do povo em “Maria da terra do boi” e outras.
Há também a seção para os poemas de domingo. Nessa, o cronista cede espaço ao poeta para registrar os sentimentos através de poemas registrados no dia do sol, com temáticas e estruturas diversificadas, desde sonetos a poemas de versos livres e brancos.
Faço um convite ao leitor que consulte o blog do poeta e cronista salitrense e enriqueça-se com histórias de nossa gente. Pois, o cronista enquanto delator de casos poucos observados, registra com a maestria fatos do cotidiano que são desapercebidos pelos habitantes comuns, digo comuns, porque a óptica utilizada pelo escritor é incomum, singular e ímpar.
Acesse o blog: manoelnetopoeta.blogspot.com
E ótima leitura...
           

domingo, 7 de julho de 2019

MENORES ABANDONADOS


O romance, intitulado “Capitães da Areia” do escritor brasileiro Jorge Amado, retrata a vida dos menores abandonados. A obra publicada em 1937, faz parte da segunda geração modernista, conhecida como literatura regionalista. Com um compromisso ideológico, no sentido de contestar as estruturas estabelecidas e se colocar de maneira deliberada, ao lado dos desfavorecidos da sorte.
Essa obra de Jorge Amado de cunho Realista buscou documentar entraves que limitavam o direito do ser humano, visto que essas mazelas são presentes até hoje na sociedade brasileira. O estilo deste autor também é conhecido como romance da terra e seus livros possuem uma linguagem agradável e de fácil compreensão.
A obra começa apresentando reportagens sobre o problema das crianças de ruas tidas como “delinquentes”.  Após a primeira reportagem, o jornal passa a publicar várias cartas enviadas à redação; cartas que transformam o assunto em debate e mostram a sociedade desigual, opondo ricos e pobres, opressores e oprimidos, consentidos e rejeitados.
O líder do grupo que se abriga durante à noite em um casarão abandonado chama-se Pedro Bala, um garoto corajoso que não tem pai, nem mãe. Ele descobre que seu pai era o líder de uma greve quando foi assassinado.
A vida das crianças tem sempre a mesma rotina. Durante o dia, elas se ocupam buscando o que comer e vestir, pedindo ou tendo muitas vezes que roubar para conseguir sobreviver. E ao descer à noite, reúnem-se todas no Trapiche (casarão), onde escutam as estórias narradas pelo único leitor do grupo, João José, apelidado de Professor que tem uma paixão pelos livros e afeição pelos desenhos. Através de seus desenhos, na rua, ganha algumas moedas.
   João Grande é companheiro inseparável de Pedro. Segundo esse, o negro é dos “bons”. Pirulito é o religioso. Sem Pernas, o deficiente. Gato, o vaidoso namorador. Almiro e Barandão tem um caso homoafetivo. Boa Vida, o malandro sambista. Professor é o leitor e contador de estórias à luz de velas. Volta Seca, o sertanejo que sonha entrar para o grupo de cangaceiros de seu padrinho, Lampião. Dora, é a única capitã; a mãe, irmã, noiva, esposa, amiga. Zé Fuinha é irmão de Dora. Os únicos adultos que preocupam-se com os Capitães da Areia são: Querido de Deus, capoeirista que arruma os “serviços” para os garotos; Padre José Pedro que tornou-se amigo e preocupa-se com a “salvação dos pequenos”; Dona Aninha, a mãe de santo que faz remédios e reza quando alguém adoece.  
Capitães da Areia é uma das mais significativas obras do Modernismo Brasileiro, apresenta o quadro regional, mostrando o drama da infância abandonada, bem como os conflitos e injustiças sociais ligados aos desequilíbrios econômicos. Os menores discriminados, rebelam-se contra as pessoas de bem por decepção.

REFERÊNCIAS

CARLOS, Elisângela de Almeida; FERREIRA, Marineide Mendes. Leitura Plural de “Capitães da Areia” de Jorge Amado. I Congresso Nacional de Linguagens e Representações: Linguagens e Leituras. III Encontro Nacional da Cátedra UNESCO de Leitura. VII Encontro Local do PROLER UESC - ILHÉUS - BA/ 14 a 17 de outubro 2009.