terça-feira, 28 de novembro de 2017

LEMBRANÇA DE NATAL

Alguém disse que “recordar um amor é vivê-lo outra vez”, portanto hoje estou recordando e vivendo um amor que tornou-se uma lembrança de natal.
Após viver um amor incolor que durou um ano e alguns meses, mas terminou quando a abençoada deu-me duas opções: casar-me-ia com ela ou ela viajaria para São Paulo. Eu, sem pensar duas vezes, escolhi a segunda opção e dias depois ela estava entrando no bus na rodoviária da cidade rumo à capital paulista.
Passaram-se alguns meses. No mês de dezembro daquele ano, recebi uma mensagem de uma garota que conheci na escola sete anos antes. Começamos trocar mensagens diariamente até que percebi-me apaixonado por ela. Então, comecei imaginar como faria para conquistá-la. Ela já estava enlaçada e convidou-me para visitá-la. Desculpei-me, alegando que sua casa era distante, que meu tempo era muito corrido... Mas continuamos conversando através de mensagens e ela mencionou que iria lá em cada. Não acreditei, mas...
Na tarde do feriado natalício quando muitas pessoas param para pensar em Jesus (eu converso com Ele todos os dias), pois comemoram o dia do Seu nascimento (discordo que Jesus nasceu nessa data, já que não há registro bíblico, nem histórico), recebíamos alguns amigos na nossa humilde residência quando chegou duas pessoas em uma motocicleta. Reconheci a garota e notei que a outra seria sua mãe pelas feições familiares.
Começamos conversar. Ela apresentou-me a sua mãe que pareceu feliz em conhecer-me. Antes de ir embora, combinamos que eu iria na sua casa no domingo seguinte.
A semana passou rápido, pois o feriado foi na terça-feira. No domingo 30, quando a tarde começou, peguei a moto e fui visitá-la, conforme combinado. Começamos namorar e nosso namoro durou quase oito meses.
Hoje, o feriado natalino se aproxima, e eu estou relembrando nossos momentos compartilhados, percebo o quanto aquela tarde natalina foi marcante em minha vida, tornando-se uma lembrança de natal.

segunda-feira, 20 de novembro de 2017

MESTRA INESQUECÍVEL


A Rosângela Rodrigues

A saudade é a maior prova de que o passado foi valioso, pois a ela nos faz recordar das pessoas que passaram pela nossa breve existência no planeta. Pessoas de diferentes lugares, gostos, crenças, profissões tornam nossas lembranças vivas e presentes, possibilitando reviver o passado através dos momentos registrados na memória.
Ao longo dos anos, conheci muitas pessoas que se tornaram inesquecíveis e presentes nos arquivos de minha memória. Entre essas pessoas, há uma que se destacou pela influência exercida em minha história.
Ela entrou na minha história enquanto cursava o ensino fundamental. Lembro-me que a conheci no primeiro dia letivo na turma da 8ª série. Naquela tarde, após as primeiras aulas e o intervalo, ela entrou na sala de aula, semblante sério, afirmou que ministraria aulas de língua portuguesa.
Cativou minha atenção ao interpretarmos o poema “O Bicho” de... Esqueci o nome do poeta, mas nunca esquecerei a aula. Na aula seguinte, a letra da música “Há Tempos” da Legião Urbana foi interpretada e debatida em sala.
A partir daquelas aulas iniciais, minha paixão pela poesia fora fortalecida e comecei a escrever meus primeiros poemas sobre Lampião, Patativa do Assaré, Padre Cícero Romão, as fadas, a água, reciclagem e outros.
Poemas e músicas continuaram sendo interpretados durante as aulas de português e aquela professora tornou-se uma das favoritas na minha história escolar. Na feirinha cultural da escola, ela fora a orientadora da turma que nos possibilitou a produção de trabalhos proveitosos em aprendizagem e conhecimento. Participou efetivamente na motivação dos alunos e desenvolveu um trabalho relevante durante o ano letivo. Porém, a maior surpresa que recebi da nossa mestra inesquecível veio no último dia de aula daquele ano.
Eu estava na sala de aula durante o intervalo quando uma garota chegou procurando-me e pediu-me para acompanhá-la até outra sala onde a inesquecível professora me aguardava com alguns livros - português, física e matemática - do ensino médio que foram destinados a mim. Recebi-os, agradeci e sai contentíssimo pelo reconhecimento do meu esforço. Esses livros foram essenciais aos estudos enquanto cursava o ensino médio. Anos depois, reencontrei a professora e ganhei uma coleção de livros de língua portuguesa.
Pelos presentes recebidos e o conhecimento que me fora transmitido em suas aulas, essa professora tornou-se a Mestra Inesquecível.



Serra Esperança, 19 de novembro de 2017

terça-feira, 7 de novembro de 2017

VOTO FACULTATIVO: A MELHOR ESCOLHA PARA OS CIDADÃOS BRASILEIROS


Os cidadãos não deveriam ser exigidos pela lei para votar porque o voto facultativo é a melhor escolha para eles. O voto deve constituir um instrumento para que a coletividade manifeste a sua vontade política, sintetizando o modo como os representantes eleitos pelo povo devem pautar sua atuação enquanto gestores públicos. Votar deveria expressar a vontade de ser representado por candidato que se julga capaz de honrar o mérito conferido a ele. Porém, o voto é obrigatório desde o Código Eleitoral de 1932, a fim de garantir a presença dos eleitores nas eleições.
A obrigatoriedade do voto permite que os cidadãos tenham mais contato com a política e também aumenta o volume de participação nas eleições. Mas esse grande número não significa que todos têm consciência do que estão fazendo. Muitos dizem que votam porque são obrigados, sem pensar na luta necessária para que todos os brasileiros pudessem votar secretamente. O governo é necessário, portanto, seus representantes devem ser escolhidos de forma justa e consciente. Além disso, a democracia obrigatória não parece muito justa. Quanto mais eleitores desinteressados votam, maior as chances de termos candidatos corruptos eleitos, corruptos porque compram votos daqueles que não foram ensinados a valorizar suas escolhas.
Por outro lado, o voto facultativo pode ser caminho para que o governo crie medidas para incentivar a verdadeira participação do povo nas eleições. Sua implantação acrescentará um ganho qualitativo no processo de escolha, uma vez que reduzirá o número de variáveis que influenciam na definição do candidato que receberá o voto, pois só participarão da eleição os cidadãos dotados de consciência política e o mínimo de senso crítico. O voto facultativo é direito, não dever; adotado pela maioria dos países desenvolvidos de tradição democrática; ele garante a participação de eleitores conscientes e motivados.
Os países mais desenvolvidos do mundo, tanto no campo político como econômico, que praticam a democracia representativa, adotam o voto facultativo. Nos oito países mais industrializados e desenvolvidos economicamente do planeta, grupo denominado G8, considerados nações democráticas, com exceção da Itália, o cidadão tem a liberdade de comparecer ou não às urnas.
Acrescenta-se que o voto é sempre facultativo nas grandes democracias do mundo, enquanto que o voto é obrigatório em apenas 30 países, estando metade na América Latina. Exemplificando, no continente americano 20 países adotam o voto facultativo e 13 adotam o voto obrigatório. Canadá e EUA, os países mais ricos da região, adotam o voto facultativo. Na América Central, a maioria dos países optou pelo voto facultativo enquanto o voto obrigatório predomina nos países Sul americanos. Além disso, os países que adotam o voto obrigatório, exceto a Costa Rica, têm sua história associada a intervenções militares, golpes de estado e autoritarismo político.
Conclui-se que não é possível conciliar a obrigação de votar com a noção de liberdade, dentro de um Estado Democrático de Direito. Portanto, o voto facultativo insere o cidadão no campo da plena e livre escolha, tornando o sufrágio mais combatível com os ideais democráticos. No Brasil, determinaria uma mudança na postura e na atuação dos partidos políticos, pois somente irá votar aquele eleitor que estiver motivado e convencido de que seu ato terá um significado prático, tornando-se a melhor escolha para os cidadãos brasileiros.