domingo, 30 de junho de 2019

ANTONIO PAULINO DE LIMA

ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL – ALB
ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL/SECCIONAL CEARÁ
ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL/SECCIONAL ARARIPE-CE



JOSÉ ROBERTO DE MORAIS SILVA




ANTONIO PAULINO DE LIMA: O MESTRE SAPATEIRO



Primeiro trabalho de pesquisa apresentado a Academia de Letras do Brasil que objetiva resgatar e registrar a história do mestre sapateiro, Antônio Paulino de Lima, como primeiro acervo histórico da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE.






ARARIPE-CE
2019


AGRADECIMENTOS

No decorrer de uma pesquisa biográfica, através de entrevistas, a contribuição de pessoas com os conhecimentos apropriados é relevante para a realização de um trabalho como esse. Portanto, os sinceros agradecimentos são:    
Ao amigo Luiz Paulo Paulino de Lima: professor, poeta e escritor araripense, filho do Sr. Antônio Paulino de Lima;
A Maria Liduína Paulino de Lima: filha do Sr. Antônio Paulino de Lima. Ela sempre buscou informações concisas sobre a vida e trabalho do seu pai, apresentando as ferramentas de trabalho;  
A Olindina Paulino de Lima: esposa que compartilhara sua vida conjugal e construiu uma família com o patrono da cadeira nº 22 da Academia de Letras do Brasil;
Ao amigo Francisco Adriano de Sousa: poeta, escritor, agente cultural, fundador e presidente da ALB/Araripe-CE, pela relevante contribuição a cultura regional.  

RESUMO

O presente texto apresenta um resumo dos fatos mais relevantes da vida do mestre sapateiro Antônio Paulino de Lima, ressaltando sua relevante contribuição à sociedade araripense, além de resgatar os costumes aspectos culturais da época, destacando o artesão que produzia sapatos, o sapateiro. Trata-se de uma pesquisa biográfica através de entrevista com membros da família. Além disso, ressalta a relevância da escolha do mestre enquanto patrono da Academia de Letras do Brasil/Seccional Araripe-CE.
Palavras-chaves: Antônio Paulino. Sapateiro. ALB/Araripe – CE. 

INTRODUÇÃO

A presente pesquisa busca resgatar e registrar aspectos culturais do século passado apresentando a vida e obra de um mestre da sapataria, atividade desempenhada cotidianamente, pois os registros históricos são necessários para estudos sobre o passado e compreensão do presente.
Quem foi Antônio Paulino de Lima? Qual a relevância da sua contribuição para a sociedade araripense? Por que foi escolhido como patrono da ALB/Araripe-CE? Essa pesquisa pretende responder esses questionamentos ao apresentar uma síntese biográfica do mestre sapateiro “Sr. Antônio Paulino de Lima”, destacando a relevância da sua atividade laboral.
Essa pesquisa apresenta características bibliográficas e biográficas. A pesquisa bibliográfica é relevante para situar o pesquisador no contexto abordado, pois, ela consiste no exame da literatura científica para levantamento e análise do que já se produziu sobre determinado tema. Caracteriza-se pela consulta às fontes de pesquisa escolhidas, envolvendo os diferentes tipos de publicações impressas ou digitais em forma de livros, dicionários, enciclopédias, periódicos, resenhas, monografias, dissertações, ensaios, teses, apostilas, artigos, boletins, entre outros sobre o tema abordado.
Além da bibliografia, a pesquisa biográfica através da entrevista é indispensável para construção na narrativa. Essa pesquisa não pode nem minimizar, nem supervalorizar a subjetividade individual em relação à dimensão coletiva, segundo Gomes (2008). Pois, o estudo biográfico das personalidades históricas pode nos revelar padrões inconscientes, permitindo novas opções e escolhas diferentes.
O primeiro capítulo apresenta uma síntese biográfica do Sr Antônio Paulino de Lima, a partir de uma entrevista realizada envolvendo membros da família: o filho, Sr Luiz Paulo Paulino de Lima; a filha, Sra. Maria Liduína Paulino de Lima e a viúva, Sra. Olindina Paulino de Lima. O segundo capítulo menciona a relevância da escolha do patrono. Finalmente são apresentadas algumas considerações relevantes sobre a profissão que calçava as pessoas em séculos passados, mas fora substituída pelas máquinas com o advento da revolução industrial.

1 ANTÔNIO PAULINO DE LIMA: UMA SÍNTESE BIOGRÁFICA

“Não viva para que a sua presença seja notada,
mas para que a sua falta seja sentida.”
(Bob Marley)

A pesquisa biográfica busca reconstruir o vivenciado e saber em que medida isto constitui suas perspectivas atuais e as referências de suas ações. Pois os entrevistados constroem a trajetória por meio da produção de um trabalho espontâneo. A partir de uma entrevista e uso de documentos pessoais são registrados dados biográficos do patrono da cadeira 22 da Academia de Letras do Brasil/Araripe-CE.

1.1  ORIGEM DA FAMÍLIA

Antônio Paulino de Lima nasceu em 06 de setembro de 1927 em Araripe, Ceará. Filho de Manuel Paulino de Lima e Ana Ramos de Sousa que construíram uma grande família. Antônio e seus irmão: Luiz, José, Raimundo, João, Damião, Maria e Josefa.
Viveu a infância e adolescência na cidade de Araripe. Trabalhava na roça durante o inverno e na sapataria em outras estações. Na adolescência, fazia sandálias e, algumas vezes, presentava Olindina.
Antônio Paulino atuou em duas ocupações, segundo a família. Enquanto agricultou trabalhava na roça, plantando grãos como feijão e milho. Já seu ofício na sapataria, o tornou mestre sapateiro.

1.2  O CASAMENTO

O casamento é um ato voluntário que começa com vontade dos dois e pode terminar com o repúdio universal ou bilateral - é muito parecido com a figura da união de facto, segundo Costa (2012). Com a influência do cristianismo, o casamento passa ser encarado como um sacramento em que intervém a vontade divina, o casamento reveste-se de forma canônica e é o ministro do culto que autoriza a celebração. A concepção do casamento como um ato meramente civil foi adotado com a revolução francesa, no final do século XVIII. Já a proclamação da República tornou o casamento civil obrigatório e deixou-se assim de atribuir efeitos civis ao casamento católico. Em Portugal, o artigo 20º define o casamento como “a união voluntária entre um homem e uma mulher, formalizada nos termos da lei, com o objetivo de estabelecerem uma plena comunhão de vida”.
A promessa de casamento é um ato de importância social, realizado com seriedade entre os noivos e conhecido entre os seus familiares e o meio social, segundo Costa (2012). Pois, o casamento trata-se de um dos fatos mais marcantes na vida das pessoas no século XX. Os namorados Antônio Paulino e Olindina casaram-se em 17 de setembro de 1956 (ela 19 anos, ele 29 anos), no município de Potengi – CE. Por compreender sê-lo sagrado, casaram por amor e blindaram o matrimônio. (CARDOSO, 2012)
A esposa de Antônio Paulino, Olindina nasceu no Sítio Alegre, município de Campos Sales (atualmente Salitre - CE), em 17 de julho de 1936, segundo documentos pessoais, 10 anos mais jovem que o mestre sapateiro. Filha de João (sapateiro), primo legítimo de Antônio Paulino.
Olindina é a filha mais velha de cinco filhos. Na infância, Olindina lavava e passava roupas para as pessoas ricas com a mãe; além disso, ela buscava lenha na chapada aos domingos. Aos 15 anos começou sua vida de agricultora, trabalhando na roça. Lavava e passava roupas para algumas famílias. Entre os ricaços para quem prestava os serviços de lavadeira estava o Sr. Zezito (político) que fora prefeito de Araripe por vários mandatos.
Exerceu também a função de zeladora na Escola Dona Carlota Távora. Sempre corajosa e determinada.

1.3  DESCENDÊNCIA: A CONSTRUÇÃO DE UMA FAMÍLIA

A família é uma instituição sagrada ao ser criada por Deus. “Sejam fecundos e tenham filhos”. Eis um registro bíblico que o Sr. Antônio Paulino e a Sra. Olindina levaram a sério, pois assim como Jacó, eles casaram-se e tiveram 12 filhos: Manoel, Antônio, Miguel, Maria Luiza, Lúcia, Cícero, Liduína, João, Francisco Ernando, Luiz Paulo, Ana Maria e Lindicássia.
A família é a primeira instituição que o ser humano tem contato. Ela é a principal responsável pela formação dos indivíduos perante a sociedade. Logo, a transmissão de valores morais é responsabilidade da família, como menciona Neves & Sanches (SD), que “a família, por ser o primeiro agrupamento que se encontra mais próximo da criança, ela se torna responsável pela formação da unidade de sua personalidade e de seus valores morais.” 
A vida dos casais, às vezes, é marcada pelas constantes mudanças de uma casa para outra. Assim aconteceu com a família Paulino ao morar na Rua Grande (atual Alexandre Arrais), na Rua Nova e na Rua Santo Antônio. Nessas mudanças, alguns filhos nasceram em locais diferentes. Na rua nova nasceram Maria Luiza, Lúcia e Miguel. Na rua Santo Antônio nasceu Cícero. Enquanto estiveram nesse último endereço, Olindina lavava e passava roupas para Teodoro Alonso e Munda Ramos.
O casal enfrentou inúmeros desafios e superou diversos obstáculos. Buscou oportunidades para os filhos e ofereceu-lhes a educação como relevante herança, incentivando-os a lutar pelos sonhos.

1.4  O OFÍCIO ARTESANAL DE ANTÔNIO PAULINO

Em seu pequeno estabelecimento, Antônio Paulino fazia um trabalho artesanal passando por todas as etapas da produção de sapatos: desde o desenho da soleira até a costura que culminava seu trabalho. Era o único sapateiro, outros surgiram depois.
Saia de casa às 5h00 para comprar o material no Crato, na venda do Sr. Lunga (Joaquim dos Santos Rodrigues). Comprava o couro do boi e começava o trabalho. Usando o facão, grosava o couro para fazer calçado para vaqueiro. Muitas vezes, sua esposa Olindina, ajudava costurar usando couro de cotia, substituindo o feitilho.
Algumas ferramentas utilizadas no seu trabalho são: o facão, a sovela, a troquera e o imã. O facão usado para cortar o couro que era esticado pela troquera e perfurado pela sovela. O imã era utilizado para pegar as peças que caia no chão.
Ele desenvolveu parcerias e tinha uma enorme clientela nos distritos, sítios araripenses e cidades vizinhas. Entre a sua clientela havia pessoas de diferentes lugares: sede de Araripe, Alagoinha, Brejinho, Pajeú, Riacho Grande e cidades vizinhas como Campos Sales, Potengi e Nova Olinda.
Em Nova Olinda fez parceria com o Sr. Expedito. No Araripe, seus principais clientes eram Zezito e esposa, a avó de Dr. José Orlando, a família de Ainê (Oscar, Elson, Antônio Almino, Raul, João Almino e filhos); os Srs. Francinete e Expedito em Potengi; Sebastião Pereira em Campos Sales; Lourival e Elísio no Pajeú; José Rodrigues e Otacílio Rodrigues em Alagoinha; João Frimiano, Cazuza e uma moça no Brejinho; Antônio Leandro no Riacho Grande. Entre os clientes destaca-se também o Sr. João Firmino, que sempre perguntava “o que tem pra gente”?
Segundo Luiz Paulo Paulino, os calçados que o pai fazia eram rústicos; Liduína mencionou que ele fazia calçados para o desfile cívico no dia 07 de setembro, além desses, fazia trabalho para as mulheres.
Após a novena nos festejos do padroeiro Santo Antônio, no mês de junho, Antônio Paulino e Damião (seu irmão) colocavam solados nos sapatos ao som de música cantada por Bazinho (perfídia).
Para cortar o couro nas diferentes e variadas peças do sapato, o Mestre Antônio Paulino usava um facão. Outras das ferramentas indispensáveis eram as sovelas com que furavam o couro para coserem os sapatos. Com umas sovelas furavam o couro e com outras, com uma calha, enfiavam o fio encerado que puxavam à mão para unir as diferentes partes do sapato.
Além de sapatos, o mestre sapateiro também fazia peteca no período das festas juninas. Ultimamente pegava os trabalhos e solicitava que os outros fizessem. Mas como todo trabalhador, o mestre parou o ofício de sapateiro em 2002 ao adoecer da próstata. Aposentou-se aos 60 anos como agricultor.

1.5 MORTE

Antigamente, a pessoa que pressentia a proximidade do seu fim (morte), deitava-se no leito de seu quarto donde presidia uma cerimônia pública aberta às pessoas da comunidade, segundo Maranhão (SD). As causas de morte são inúmeras. Entre elas está o acidente vascular cerebral (AVC) que atingiu o mestre sapateiro Antônio Paulino que fora levado ao Hospital Regional do Cariri em 2014. Mas os dias de vida ainda estenderam-se até 08 de março de 2015, quando veio a falecer após sofrer três AVCs no período de cinco dias. Embora, tivesse uma personalidade otimista, segundo Liduína, a “indesejada das gentes” chegou e o Sr. Antônio Paulino viu o dia esvair-se e a noite descer em 08 de março de 2015, após viver 87 anos e seis meses.   
Os acidentes vasculares cerebrais (AVC) estão entre as principais causas de morte e incapacitação física em todo o mundo desenvolvido, segundo Oliveira & Andrade (2001).  

2 O PATRONO DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL /SECCIONAL ARARIPE-CE

A relevância dos serviços prestados ao longo da vida, calçando os pés desde autoridades aos homens simples, possibilitou que Antônio Paulino de Lima deixasse um legado na história araripense e cidades vizinhas. Diante do reconhecimento desse ofício tão relevante outrora, o presidente da ALB/Araripe-CE, Adriano Sousa o colocou como nome prioritário entre os patronos da entidade.
Diante do vários nomes a serem homenageados como patronos da Academia de Letras do Brasil, figura o do Sr. Antônio Paulino de Lima, mestre sapateiro, um verdadeiro artesão. Enquanto membro da referida entidade, escolhi o artesão dos calçados para divulgá-lo entre as diversas personalidades araripenses que contribuíram para sociedade.     

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização de uma pesquisa biográfica é um processo desafiador que possibilita o enriquecimento das relações interpessoais. Permite o resgate de acontecimentos alheios às lembranças rotineiras, possibilitando momentos de reflexão e recordações de momentos significativos na vida das pessoas envolvidas.
A pesquisa biográfica sensibiliza os envolvidos a mergulhar no mundo do outro, resgatando gestos, costumes, histórias, curiosidades a serem divulgadas. Além disso, ressalta-se que recordar é viver; então os momentos de entrevista permitem reviver momentos que pareciam adormecidos nas mentes dos entrevistados.
Ressalta-se que a pesquisa biográfica apresenta um resumo com aspectos objetivos e subjetivos; marcado pelas informações, ideias e opiniões dos entrevistados. Essa pesquisa enquanto trabalho pode ser aprimorado e enriquecido com novas informações, caso surjam e sejam necessárias.     

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRITO, João Manuel Lagarto de. Os gestos que nós perdemos. Estudo histórico-etnográfico de cinco mestres medievais. (Dissertação de Mestrado apresentado ao Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados em História Medieval e do Renascimento). Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2006. 
   
CARDOSO, Renato. Casamento blindado: o seu casamento à prova de divorcio/Renato Cardoso e Cristiane Cardoso. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2012.

CÓRDOBA, Ricardo. La Industria Medieval de Córdoba. Córdoba: Caja Provincial de Ahorros de Cordoba, 1990.

COSTA, Maria Manuela da. O casamento. Sol nascente. Revista do Centro de Investigação sobre Ética Aplicada – CISEA. Huambo, 2012.

GOMES, Marcelo Bolshaw. Biografia e subjetividade. III Congresso Internacional sobre Pesquisa (Auto) biográfica. Natal: Edfurn, 2008.

MALATIAN, Teresa. Memórias de sapateiros. Unesp. Univesp. Conteúdos e Didática de História. Texto Complementar. SD. 

DEPOIMENTOS:
Sra. Olindina Paulino;
Sr. Luiz Paulo Paulino;
Sra. Liduína Paulino;
Sra. Lindicássia Paulino.

SOBRE O AUTOR 

José Roberto Morais é professor, poeta, cordelista, escritor e crítico literário araripense. Sócio fundador da Academia de Letras do Brasil - ALB/Araripe-CE, cadeira nº 22, patrono - Antônio Paulino de Lima; Sócio efetivo da sociedade dos Poetas de Araripe – SPA, cadeira nº 13, patrono - Raimundo Elesbão de Oliveira.
Obras literárias: 
50 Sonetos (poesias) - 2016
Reforma Agrária e o Boi Zebu e as Formigas: uma análise sociológica (crítica literária) - 2017
Antologia Poética: Escritores do Cariri - obra coletiva - 2019
Somos Escritores: Jovens que Escrevem (gêneros textuais) - 2019










O ÁRCADE ARARIPENSE NA ALB

                                                                                            LITERATURA DO OESTE CARIRIENSE

Excelentíssimo Dr. Francisco Adriano de Sousa, presidente da ALB/Araripe-Ce
Componentes da mesa de honra
Caríssimos confrades e confreiras
Autoridades, convidados, familiares e amigos presentes
Boa noite!

Nesta noite de imensurável alegria, a Academia de Letras do Brasil/Seccional/Araripe-CE, festeja uma das posses mais aguardadas pelos acadêmicos que compartilham das ideias culturais e literárias no seio da entidade: a posse efetiva do poeta e escritor Antônio Hélio da Silva. Esse filho ilustre do Araripe que em seu “Refúgio” escreveu os rebuscados versos que simbolizam e retratam o sentimento que arde e emergem em seu ser e são transcritos com a semântica metafórica necessária.
Antônio Hélio encontrou na literatura o veículo que possibilita a expressão de ideias e sentimentos. Descobriu que a arte da palavra permite viagens ao mundo imaginário, reflexivo e cotidiano das pessoas. Publicou seu primeiro livro “Refúgio” (poesias) em 13 de maio de 2000. Em 2014, publicou com outros escritores o livro de crônicas “Dois Dedos de Prosa”. Sócio correspondente do Instituto Cultural do Vale Caririense (ICVC), fundador e primeiro presidente da Sociedade dos Poetas de Araripe (a arcádia araripense), cordelista com dois cordéis publicados, titular da coluna Opinião no periódico Jornal da Confraria onde publicou fragmentos do seu primeiro romance “Concha Verde Brejo Seco” que resgata literariamente a história de Araripe.
Além desses, o seu extensivo currículo apresenta também funções desempenhadas pelo escritor araripense, como: locutor na Rádio Araripe FM, coordenador do MOBRAL de Araripe, correspondente do Jornal O Povo, secretário e presidente da Sociedade de São Vicente de Paulo do Brasil em Araripe, fotógrafo, assessor de imprensa da Prefeitura de Araripe, editor dos Jornais Modelo em Ação e Educar, participou de concurso de poesias, coautor do livro didático Araripe Cidade da Gente (2018) entre outras.
Adentra ao mundo dos acadêmicos apresentando sua pesquisa biográfica sobre o patrono Antônio Girão Barroso que foi poeta, escritor cearense, jornalista e professor da Universidade Federal do Ceará. Graduado em Direito, fez doutorado em Economia. Foi membro do Grupo Clã - movimento artístico que, nos anos 1940, sedimentou as conquistas modernistas no Ceará -, ao lado de Aluísio Medeiros, Artur Eduardo Benevides, Eduardo Campos, João Clímaco Bezerra e Moreira Campos, dentre outros.
Antônio Hélio discursa com maestria, sempre buscando palavras rebuscadas que enriquecem o vocabulário e tornou-se uma das principais características da obra desse árcade araripense que, formando uma tríade com os poetas Deusimar Rodrigues e Francisco Aroldo Lobo, idealizaram a arcádia araripense que foi fundada em 29/07/2006. Ele escreveu a letra do Hino da SPA em 2016.
Poeta Antônio Hélio, a Academia de Letras do Brasil-ALB/Araripe-CE, orgulha-se de tê-lo como membro da entidade, pois suas produções literárias e culturais engrandecem a literatura cearense, sua estimável presença possibilita momentos significativos de aprendizagem e suas relações interpessoais contribuem para seu crescimentos pessoal, profissional e social.                  
Bem-vindo, poeta!
Obrigado.

José Roberto de Morais Silva
Escritor
Cadeira nº 22 da ALB/Araripe-CE
Patrono: Antônio Paulino de Lima

sábado, 8 de junho de 2019

ANTÔNIO DE PÁDUA (1188/1195 - 1231)

Peço licença ao leitor
A Deus eu peço memória
Para contar a história
De um homem que amou
Como Cristão atuou
Boas ações praticando
Eu falo sobre Fernando
Que lá em Pádua nasceu
Mas o mundo o conheceu
Numa igreja celebrando
                      
Pois Fernando era um frei
Da Ordem dos Franciscanos
Desse português humano
Sobre a vida pesquisei
Informações encontrei
Já não estou esquecido
Por Antônio conhecido
Para Itália viajou
Muitos sermões professou
Tornou-se um padre querido

Música e filosofia
Sempre gostou de estudar
E também se destacar
Na retórica, astrologia
Gramática e geometria
Dialética, estudou
Aritmética, usou
Foi um grande estudioso
Na crença, religioso
Pois sua fé praticou

Incerto ‘inda permanece
O dia que ele nasceu
Mas o dia que morreu
Todo católico conhece
Dessa data não esquece
Fazem comemoração
Novena, celebração
Na data sempre aguardada
13 de junho é marcada
Por atos de devoção.

José Roberto

Poeta