quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

SEM CHUVA

TROVA


As chuvas aqui cessaram

Neste querido sertão

Os sapos já se calaram

Nem escuto seu refrão.


St Tanquinho, Araripe

25/01/2024

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

SEDUZ SEM QUERER

 

Hoje conheci alguém

Que sentando-se ao meu lado

Foi me lembrando também

Um amor do meu passado

Aqueles lábios sorrindo

Mostrou um sorriso lindo

Para eu nunca esquecer

Em desenho tão bonito

Na tatuagem escrito

Ela seduz sem querer.

 

Essa Freia perfumada

Usava pequeno short

Sua pele bronzeada

Através do seu decote

Seu cabelo cacheado

O rosto bem desenhado

“Coisa linda” de se ver

Eu já disse, mas repito

Na tatuagem escrito

Ela seduz sem querer.


Sítio Tanquinho, Araripe 

17/01/2024

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

A VIDA NO ENGENHO

 RESENHA


O romance “Menino de Engenho” do escritor paraibano José Lins do Rego foi publicado em 1932 e fez enorme sucesso de venda e de crítica. O livro conta a história da infância de Carlinhos no engenho de seu avô na Paraíba. 

Aos quatro anos, Carlinhos presencia seu pai assassinando sua mãe. Em seguida, seu Tio Juca vai buscá-lo para ir morar com seu avô materno no engenho Santa Rosa. Chegando lá, ao ter contato com o campo, fica encantado. Logo que chega, recebe cuidados carinhosos de sua tia Maria. Depois, vai conhecendo o ambiente e seus familiares. 

No engenho, ele encanta-se com os costumes e tradições: chegada de cangaceiros, contadoras de histórias, secas e enchentes, o caráter e a bondade de seu avô José Paulino, a companhia dos escravos... Apaixona-se por Maria Clara, sua prima, quando ela passa as férias no engenho. Ao terminar as férias, ela volta para cidade e Carlinhos fica muito triste. Aos 12 anos namora a negra Zefa e pega uma “doença de homem”. Ao descobrirem, começam a tratá-lo como um menino libertino e perdido. Logo, seu avô o envia ao internato. 

O livro retrata de forma genial o cenário de respeito e servidão, pós fim da escravidão, em que as relações de afetividade, sexualidade das negras, as secas e as enchentes são retratadas com a pureza e verossimilhança de um menino.


MORAIS, José Roberto. Fantástico Mundo da Leitura. Pará de Minas, MG: VirtualBooks Editora, 2022. (p.56)

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

CHUVA NO NORDESTE

 TROVAS


Chuva chega no sertão

Abrindo suas cortinas

Deixa lama pelo chão

Nessas terras nordestinas.


Vem descendo nas cascatas

Que regam as cachoeiras

Vai esverdeando as matas

Planeando as ribanceiras.

09/01/2024


SEXTILHA


As asas brancas voltaram

E quatro delas passaram

Vindo do Oeste ao Leste

O céu logo escureceu

Nessa tarde aqui choveu

Neste solo do Nordeste.

10/01/2024


José Roberto Morais

St Tanquinho, Araripe


quinta-feira, 4 de janeiro de 2024

METRÔ DA SAUDADE

LITERATURA POPULAR


Relembrando minha infância tão bela 

Me vejo no meio do milharal

Ou ordenhando as vacas no curral

E depois fechando a velha cancela

Vejo a loira tão linda na janela

Pensando na nossa felicidade

Ao crescermos mudou-se pra cidade

Nem escutou sequer o meu lamento

Viajei no metrô do pensamento

Num vagão carregado de saudade.


Glosa: José Roberto Morais

Mote: Lucivânio Correia

segunda-feira, 1 de janeiro de 2024

O TROVADOR SOLITÁRIO

 MPB

Renato Russo nasceu

Na Cidade Maravilhosa

Até sete anos viveu

Uma infância primorosa.

Pra Nova Iorque mudou-se

E lá chegando adaptou-se

A cultura diferente,

Ao seu país retornar

Na capital foi morar

Um típico adolescente.

 

Começou compor canções

Uma banda ele formou

Cantando aos corações

E muitos fãs conquistou.

Segue seu itinerário

Do Trovador Solitário

Sua imaginação emana,

Sua carreira seguindo

Com colegas se unindo

Formou Legião Urbana.

 

“Pais e Filhos” ele cantou

“Monte Castelo” também

“Tempo Perdido” inspirou

“A Carta” para alguém.

O “Teatro dos Vampiros”

São canções que eu admiro

Há “Vento no Litoral”

“Que País é Esse?”, grito

“Há Tempos” parece mito 

“Índios” e “As Flores do Mal”.



MORAIS, José Roberto. O Trovador Solitário. In Revista Sarau. Ano 4. Número 6. Fortaleza - CE. janeiro/fevereiro de 2024. (p.30) ISSN 29656192

MÍSTICA PERSONALIDADE

 LITERATURA BRASILEIRA


Hilda de Almeida Prado

Hilst, lá em Jaú nasceu

Tem seu nome resguardado

Pois bons livros, escreveu

Foi poetisa e cronista

No drama ficcionista

Uma ótima escritora

Construiu mundos diversos

Na composição dos versos

Satírica trovadora.

 

De “Presságio” intitulado

Primeira obra instigante

Cada livro publicado

Surpreendia bastante

Da crônica a poesia

Ficção e dramaturgia

Rompe o bom tom literário

Em “Trovas de muito amor”

As “Cartas de um sedutor”

Erótico vocabulário.

 

Suas peças teatrais

De singular produção

Defende seus ideais

Destaque da Geração

Transmite conhecimento

Transgressor temperamento

Às de criatividade

Falando do misticismo

Amor, morte e erotismo

Mística personalidade.



MORAIS, José Roberto. Mística Personalidade. In Revista Sarau. Ano 4. Número 6. Fortaleza - CE. janeiro/fevereiro de 2024. (p.13) ISSN 29656192