segunda-feira, 30 de junho de 2025

PERDA DE IDENTIDADE

Já não se escuta Luiz

Gonzagão, o sanfoneiro

E nem Jackson do pandeiro

Tem sua voz, vez ou bis

Todos fingem ser feliz

Na quadrilha no salão 

Só tem axé sem baião

Parecendo o carnaval

Nosso forró cultural 

Ficou fora do São João.


Perdeu sua identidade 

Não há mais as brincadeiras 

'Inda' restam as fogueiras

No sertão e na cidade

A cultura de verdade

Na noite de São João 

Com comida e diversão 

Só ficou no pensamento 

Falta mais discernimento 

Pra manter a tradição.


José Roberto Morais 
ACLC n.9
23/06/2025

sexta-feira, 2 de maio de 2025

“O CHEFE DA LITERATURA NACIONAL”: JOSÉ DE ALENCAR

 LITERATURA BRASILEIRA


Nasceu José de Alencar

Advogado e jornalista

Nas terras do Ceará

Gera um bardo romancista.

Foi político brasileiro

Para o Rio de Janeiro

Mudou-se com os seus pais;

Com nove anos de idade

Morando nessa cidade

Viu encontros casuais.

 

Filho de um senador

Na época imperial

Decidiu ser escritor

Publicando no jornal.

Entregou-se à leitura

Produziu literatura

Destaque na geração;

Os eventos sociais

Suas peças teatrais

Divulgando na seção.

 

No Correio Mercantil

Segue seu itinerário

Sobre os fatos do Brasil

Fazia seu comentário.

Depois como redator

Noutro jornal de valor

Em folhetim publicando;

Um escritor tão astuto

Produziu “cinco minutos”

Ao público, divulgando.

 

“O guarani” foi sucesso

Uma história consagrada

Continuou seu progresso

Em cada obra publicada.

Romances indianistas

Também regionalistas

E urbanos, escreveu;

Fez a crítica social

“Cartas de Erasmo”, um tal

Debate em que se envolveu.

 

Obra prima “Iracema”

Traz o colonizador

Miscigenação como tema

Aliados ao amor.

Há um líder tabajara

Um guerreiro potiguara

Nações que vivem em guerras;

Irapuã e Caubi

Guerreando com Poti

Nos vales, sertões ou serras.

 

“Lucíola” e “senhora”

Os saraus representados

Entre amores de outrora

Arnaldo e Flor são lembrados.

Se há “reencarnação”

Por ser mais forte a paixão

O amor vencendo fronteiras;

Seja Jorge e Carolina

Cada história nos fascina

De diferentes maneiras.


MORAIS, José Roberto. "O Chefe da Literatura Nacional": José de Alencar. In Revista Sarau. Vol 05. Nº 14. maio/junho 2025. (p.17) ISSN 2965.6192


MAGNO BOCA DO INFERNO: GREGÓRIO DE MATOS

 LITERATURA BRASILEIRA


Nasceu Gregório de Matos

Na cidade capital

Viveu conforme relatos

Na época colonial.

Foi lírico trovador

Um juiz e curador

De órfãos em Portugal;

Regressou ao Brasil

Destacou-se em seu perfil

De satírico social.

 

Figura muito importante

Exerceu magistratura

De poética relevante

Um ás da literatura.

Fez um trágico retrato

Da Bahia, em destrato

Em versos manifestou;

Não poupou autoridade

Naquela sociedade

Sua língua afiou.

 

Seus terríveis inimigos

Logo se manifestaram

Partiu, ser tem amigos

Para Angola o deportaram.

Mas tornou-se conselheiro

Do governo brasileiro

Obteve autorização;

Ao seu país regressou

Em Recife se arraigou

Longe de perseguição.

 

Na época que morou

Em Salvador, capital

Que muitos satirizou

Com deboche social.

Recebeu um apelido

Que ficou reconhecido

Pra literatura eterno;

Um boêmio trovador

De versos, inspirador

Magno “Boca do Inferno”.

 

Gregório não publicou

Enquanto aqui viveu

Mas sua obra circulou

Entre nós permaneceu.

Seja lírica amorosa

Poesia religiosa

Ou sátira social;

Do barroco brasileiro

Representante arqueiro

Pra crítica nacional.


MORAIS, José Roberto. Magno Boca do Inferno: Gregório de Matos. In Revista Sarau. Vol 5. Nº 14. maio/junho 2025. (p.17) ISSN 2965.6192


quarta-feira, 9 de abril de 2025

DALTON TREVISAN: UM ESCRITOR PREMIADO

LITERATURA BRASILEIRA 


Dalton Trevisan nasceu

Em Curitiba, capital

Muitos contos, escreveu

Destaque nacional.

Faculdade frequentou

Em Direito se formou

Exerceu advocacia;

Trabalhou por sete anos

Na vida fez novos planos

Pra seguir com maestria.

 

Na carreira literária

Com novela fez estreia

Uma escrita necessária

Pra divulgar sua ideia.

Fez “sonata ao luar”

Um grupo foi liderar

Com a revista Joaquim;

E “sete anos de pastor”

Renegada pelo autor

Pois considerou ruim.

 

Um porta voz de escritores

A revista se tornou

Divulgou aos seus leitores

Muitos textos, publicou.

Carlos Drummond de Andrade,

Cândido e Mário de Andrade

Bons ensaios publicaram;

Entre essas publicações

Kafka e Sartre, traduções

Grandes nomes ilustraram.

 

Pela Europa viajou

Produziu sem publicar

Seis meses por lá passou

Depois pode retornar.

Na ficção aumentou pontos

Começou escrever contos

E crônicas publicando;

Lavrou textos a granel

Espalhou como cordel

Em folhetos divulgando.

 

E ganhou repercussão

Vendendo muitos milhares

Com sua publicação

“Novelas nada exemplares”.

Prêmio Jabuti venceu

Recluso, não recebeu

Enviou representante;

Registrou situações

Dos costumes, tradições

E fatos angustiantes.

 

“Cemitério dos elefantes”

Também “desastres de amor”

Teve “cantinhos galantes”

E “macho não ganha flor”.

“Violetas e pavões”,

Ganhou o Prêmio Camões

Pela sua obra completa;

Escreveu “noites de amor”

“O grande deflorador”

Com narrativa seleta.

 

Houve “crimes de paixão”

Trouxe “a guerra conjugal”

“A faca no coração”

Com concreção temporal.

Sobre um “anjo vingador”

Um “maníaco” explorador

Sempre escreveu como quis;

Um escritor renomado

Na cultura premiado

Prêmio Machado de Assis.


MORAIS, José Roberto. Dalton Trevisan: um escritor premiado. In Revista Sarau. vol 5. nº2. Edição Especial. Abril de 2025. (p.32) ISSN 2965.6192


BELCHIOR: UM ARTISTA LATINO AMERICANO

CULTURA BRASILEIRA 


Nasce o artista cultural

Na cidade sobralense

Um destaque musical

Deste solo cearense.

Cantor e compositor

Escreveu sobre o amor

O direito e a solidão;

Política também foi tema

O preconceito um problema

Enfrentado na nação.

 

Belchior contribuiu

Pra música brasileira

Seu berço muito influiu

Ao seguir sua carreira.

No coral a mãe cantava

No rádio sempre escutava

Lindas vozes e canções;

Nos festivais destacados

Dos artistas renomados

Ouvia interpretações.

 

Na escola em que estudou

Piano aprendeu tocar

Nas feiras se apresentou

Sua voz pode entoar.

Desperta curiosidade

Viveu na comunidade

De frade em Guaramiranga;

Mudou-se pra capital

Pra ser profissional

Com violão na capanga.

 

Começou a medicina

Porém, logo abandonou

A música nordestina

Muita grata lhe ficou.

Uniu-se a outros cantores

Poetas, compositores

Fagner, Ednardo, Amelinha;

Jorge Mello, Rodger Rogério

E Teti nem fez mistério

Nesse grupo que ele tinha.

 

Na sua discografia

“A palo seco” gravou

Sua música contagia

Cada disco que lançou.

Sentiu “alucinação”

Teve “medo de avião”

Viveu “como nossos pais”;

Magno “sujeito de sorte”

Sentiu-se são, salvo e forte

Viu “galos, noites e quintais”.

 

“Divina comédia humana”

Viveu “tudo outra vez”

E viu o verde da cana

Na “fotografia” que fez.

“Rapaz latino americano”

Vestiu-se e seguiu seu plano

“Velha roupa colorida”;

“Todo sujo de batom”

Fez “comentários a John”

Sobre o “mistério da vida”.


MORAIS, José Roberto. Belchior: um artista latino americano. In Revista Sarau. vol 5. nº 2. Edição Especial. abril de 2025. (p.12) ISSN 2965.6192