Já não se escuta Luiz
Gonzagão, o sanfoneiro
E nem Jackson do pandeiro
Tem sua voz, vez ou bis
Todos fingem ser feliz
Na quadrilha no salão
Só tem axé sem baião
Parecendo o carnaval
Nosso forró cultural
Espaço literário para publicação de artigos de opinião, crônicas, poemas e resenhas.
Já não se escuta Luiz
Gonzagão, o sanfoneiro
E nem Jackson do pandeiro
Tem sua voz, vez ou bis
Todos fingem ser feliz
Na quadrilha no salão
Só tem axé sem baião
Parecendo o carnaval
Nosso forró cultural
LITERATURA BRASILEIRA
Nasceu José de Alencar
Advogado e jornalista
Nas terras do Ceará
Gera um bardo romancista.
Foi político brasileiro
Para o Rio de Janeiro
Mudou-se com os seus
pais;
Com nove anos de idade
Morando nessa cidade
Viu encontros casuais.
Filho de um senador
Na época imperial
Decidiu ser escritor
Publicando no jornal.
Entregou-se à leitura
Produziu literatura
Destaque na geração;
Os eventos sociais
Suas peças teatrais
Divulgando na seção.
No Correio Mercantil
Segue seu itinerário
Sobre os fatos do Brasil
Fazia seu comentário.
Depois como redator
Noutro jornal de valor
Em folhetim publicando;
Um escritor tão astuto
Produziu “cinco minutos”
Ao público, divulgando.
“O guarani” foi sucesso
Uma história consagrada
Continuou seu progresso
Em cada obra publicada.
Romances indianistas
Também regionalistas
E urbanos, escreveu;
Fez a crítica social
“Cartas de Erasmo”, um
tal
Debate em que se
envolveu.
Obra prima “Iracema”
Traz o colonizador
Miscigenação como tema
Aliados ao amor.
Há um líder tabajara
Um guerreiro potiguara
Nações que vivem em
guerras;
Irapuã e Caubi
Guerreando com Poti
Nos vales, sertões ou
serras.
“Lucíola” e “senhora”
Os saraus representados
Entre amores de outrora
Arnaldo e Flor são
lembrados.
Se há “reencarnação”
Por ser mais forte a
paixão
O amor vencendo fronteiras;
Seja Jorge e Carolina
Cada história nos
fascina
De diferentes maneiras.
MORAIS, José Roberto. "O Chefe da Literatura Nacional": José de Alencar. In Revista Sarau. Vol 05. Nº 14. maio/junho 2025. (p.17) ISSN 2965.6192
LITERATURA BRASILEIRA
Nasceu Gregório de Matos
Na cidade capital
Viveu conforme relatos
Na época colonial.
Foi lírico trovador
Um juiz e curador
De órfãos em Portugal;
Regressou ao Brasil
Destacou-se em seu
perfil
De satírico social.
Figura muito importante
Exerceu magistratura
De poética relevante
Um ás da literatura.
Fez um trágico retrato
Da Bahia, em destrato
Em versos manifestou;
Não poupou autoridade
Naquela sociedade
Sua língua afiou.
Seus terríveis inimigos
Logo se manifestaram
Partiu, ser tem amigos
Para Angola o
deportaram.
Mas tornou-se
conselheiro
Do governo brasileiro
Obteve autorização;
Ao seu país regressou
Em Recife se arraigou
Longe de perseguição.
Na época que morou
Em Salvador, capital
Que muitos satirizou
Com deboche social.
Recebeu um apelido
Que ficou reconhecido
Pra literatura eterno;
Um boêmio trovador
De versos, inspirador
Magno “Boca do Inferno”.
Gregório não publicou
Enquanto aqui viveu
Mas sua obra circulou
Entre nós permaneceu.
Seja lírica amorosa
Poesia religiosa
Ou sátira social;
Do barroco brasileiro
Representante arqueiro
Pra crítica nacional.
MORAIS, José Roberto. Magno Boca do Inferno: Gregório de Matos. In Revista Sarau. Vol 5. Nº 14. maio/junho 2025. (p.17) ISSN 2965.6192
LITERATURA BRASILEIRA
Dalton Trevisan nasceu
Em Curitiba, capital
Muitos contos, escreveu
Destaque nacional.
Faculdade frequentou
Em Direito se formou
Exerceu advocacia;
Trabalhou por sete anos
Na vida fez novos planos
Pra seguir com maestria.
Na carreira literária
Com novela fez estreia
Uma escrita necessária
Pra divulgar sua ideia.
Fez “sonata ao luar”
Um grupo foi liderar
Com a revista Joaquim;
E “sete anos de pastor”
Renegada pelo autor
Pois considerou ruim.
Um porta voz de
escritores
A revista se tornou
Divulgou aos seus
leitores
Muitos textos, publicou.
Carlos Drummond de
Andrade,
Cândido e Mário de
Andrade
Bons ensaios publicaram;
Entre essas publicações
Kafka e Sartre,
traduções
Grandes nomes
ilustraram.
Pela Europa viajou
Produziu sem publicar
Seis meses por lá passou
Depois pode retornar.
Na ficção aumentou
pontos
Começou escrever contos
E crônicas publicando;
Lavrou textos a granel
Espalhou como cordel
Em folhetos divulgando.
E ganhou repercussão
Vendendo muitos milhares
Com sua publicação
“Novelas nada exemplares”.
Prêmio Jabuti venceu
Recluso, não recebeu
Enviou representante;
Registrou situações
Dos costumes, tradições
E fatos angustiantes.
“Cemitério dos
elefantes”
Também “desastres de
amor”
Teve “cantinhos
galantes”
E “macho não ganha
flor”.
“Violetas e pavões”,
Ganhou o Prêmio Camões
Pela sua obra completa;
Escreveu “noites de
amor”
“O grande deflorador”
Com narrativa seleta.
Houve “crimes de paixão”
Trouxe “a guerra
conjugal”
“A faca no coração”
Com concreção temporal.
Sobre um “anjo vingador”
Um “maníaco” explorador
Sempre escreveu como
quis;
Um escritor renomado
Na cultura premiado
Prêmio Machado de Assis.
MORAIS, José Roberto. Dalton Trevisan: um escritor premiado. In Revista Sarau. vol 5. nº2. Edição Especial. Abril de 2025. (p.32) ISSN 2965.6192
CULTURA BRASILEIRA
Nasce o artista cultural
Na cidade sobralense
Um destaque musical
Deste solo cearense.
Cantor e compositor
Escreveu sobre o amor
O direito e a solidão;
Política também foi tema
O preconceito um
problema
Enfrentado na nação.
Belchior contribuiu
Pra música brasileira
Seu berço muito influiu
Ao seguir sua carreira.
No coral a mãe cantava
No rádio sempre escutava
Lindas vozes e canções;
Nos festivais destacados
Dos artistas renomados
Ouvia interpretações.
Na escola em que estudou
Piano aprendeu tocar
Nas feiras se apresentou
Sua voz pode entoar.
Desperta curiosidade
Viveu na comunidade
De frade em
Guaramiranga;
Mudou-se pra capital
Pra ser profissional
Com violão na capanga.
Começou a medicina
Porém, logo abandonou
A música nordestina
Muita grata lhe ficou.
Uniu-se a outros
cantores
Poetas, compositores
Fagner, Ednardo,
Amelinha;
Jorge Mello, Rodger
Rogério
E Teti nem fez mistério
Nesse grupo que ele
tinha.
Na sua discografia
“A palo seco” gravou
Sua música contagia
Cada disco que lançou.
Sentiu “alucinação”
Teve “medo de avião”
Viveu “como nossos
pais”;
Magno “sujeito de sorte”
Sentiu-se são, salvo e
forte
Viu “galos, noites e
quintais”.
“Divina comédia humana”
Viveu “tudo outra vez”
E viu o verde da cana
Na “fotografia” que fez.
“Rapaz latino americano”
Vestiu-se e seguiu seu
plano
“Velha roupa colorida”;
“Todo sujo de batom”
Fez “comentários a John”
Sobre o “mistério da
vida”.
MORAIS, José Roberto. Belchior: um artista latino americano. In Revista Sarau. vol 5. nº 2. Edição Especial. abril de 2025. (p.12) ISSN 2965.6192