ACADEMIA
DE LETRAS DO BRASIL – ALB
ACADEMIA
DE LETRAS DO BRASIL/SECCIONAL CEARÁ
ACADEMIA
DE LETRAS DO BRASIL/SECCIONAL ARARIPE-CE
JOSÉ ROBERTO DE MORAIS
SILVA
ANTONIO
PAULINO DE LIMA: O MESTRE SAPATEIRO
Primeiro
trabalho de pesquisa apresentado a Academia de Letras do Brasil que objetiva
resgatar e registrar a história do mestre sapateiro, Antônio Paulino de Lima,
como primeiro acervo histórico da Academia de Letras do Brasil/Seccional
Araripe-CE.
ARARIPE-CE
2019
AGRADECIMENTOS
No decorrer de uma pesquisa biográfica,
através de entrevistas, a contribuição de pessoas com os conhecimentos
apropriados é relevante para a realização de um trabalho como esse. Portanto,
os sinceros agradecimentos são:
Ao amigo Luiz Paulo Paulino de Lima:
professor, poeta e escritor araripense, filho do Sr. Antônio Paulino de Lima;
A Maria Liduína Paulino de Lima: filha do Sr.
Antônio Paulino de Lima. Ela sempre buscou informações concisas sobre a vida e
trabalho do seu pai, apresentando as ferramentas de trabalho;
A Olindina Paulino de Lima: esposa que
compartilhara sua vida conjugal e construiu uma família com o patrono da
cadeira nº 22 da Academia de Letras do Brasil;
Ao amigo Francisco Adriano de Sousa: poeta, escritor, agente cultural,
fundador e presidente da ALB/Araripe-CE, pela relevante contribuição a cultura regional.
RESUMO
O presente texto apresenta um
resumo dos fatos mais relevantes da vida do mestre sapateiro Antônio Paulino de
Lima, ressaltando sua relevante contribuição à sociedade araripense, além de
resgatar os costumes aspectos culturais da época, destacando o artesão que
produzia sapatos, o sapateiro. Trata-se de uma pesquisa biográfica através de
entrevista com membros da família. Além disso, ressalta a relevância da escolha
do mestre enquanto patrono da Academia de Letras do Brasil/Seccional
Araripe-CE.
Palavras-chaves: Antônio Paulino.
Sapateiro. ALB/Araripe – CE.
INTRODUÇÃO
A presente pesquisa busca resgatar
e registrar aspectos culturais do século passado apresentando a vida e obra de
um mestre da sapataria, atividade desempenhada cotidianamente, pois os
registros históricos são necessários para estudos sobre o passado e compreensão
do presente.
Quem foi Antônio Paulino de
Lima? Qual a relevância da sua contribuição para a sociedade araripense? Por
que foi escolhido como patrono da ALB/Araripe-CE? Essa pesquisa pretende
responder esses questionamentos ao apresentar uma síntese biográfica do mestre sapateiro
“Sr. Antônio Paulino de Lima”, destacando a relevância da sua atividade
laboral.
Essa pesquisa apresenta
características bibliográficas e biográficas. A pesquisa bibliográfica é
relevante para situar o pesquisador no contexto abordado, pois, ela consiste no
exame da literatura científica para levantamento e análise do que já se
produziu sobre determinado tema. Caracteriza-se pela consulta às fontes de
pesquisa escolhidas, envolvendo os diferentes tipos de publicações impressas ou
digitais em forma de livros, dicionários, enciclopédias, periódicos, resenhas,
monografias, dissertações, ensaios, teses, apostilas, artigos, boletins, entre
outros sobre o tema abordado.
Além da bibliografia, a
pesquisa biográfica através da entrevista é indispensável para construção na
narrativa. Essa pesquisa não pode nem minimizar, nem supervalorizar a subjetividade
individual em relação à dimensão coletiva, segundo Gomes (2008). Pois, o estudo
biográfico das personalidades históricas pode nos revelar padrões inconscientes,
permitindo novas opções e escolhas diferentes.
O primeiro capítulo
apresenta uma síntese biográfica do Sr Antônio Paulino de Lima, a partir de uma
entrevista realizada envolvendo membros da família: o filho, Sr Luiz Paulo
Paulino de Lima; a filha, Sra. Maria Liduína Paulino de Lima e a viúva, Sra. Olindina Paulino de Lima. O segundo capítulo menciona a relevância da escolha do patrono. Finalmente são
apresentadas algumas considerações relevantes sobre a profissão que calçava as
pessoas em séculos passados, mas fora substituída pelas máquinas com o advento
da revolução industrial.
1 ANTÔNIO
PAULINO DE LIMA: UMA SÍNTESE BIOGRÁFICA
“Não viva para que a sua presença seja
notada,
mas para que a sua falta seja
sentida.”
(Bob Marley)
A pesquisa biográfica busca
reconstruir o vivenciado e saber em que medida isto constitui suas perspectivas
atuais e as referências de suas ações. Pois os entrevistados constroem a
trajetória por meio da produção de um trabalho espontâneo. A partir de uma
entrevista e uso de documentos pessoais são registrados dados biográficos do patrono
da cadeira 22 da Academia de Letras do Brasil/Araripe-CE.
1.1 ORIGEM
DA FAMÍLIA
Antônio Paulino de Lima
nasceu em 06 de setembro de 1927 em Araripe, Ceará. Filho de Manuel Paulino de
Lima e Ana Ramos de Sousa que construíram uma grande família. Antônio e seus
irmão: Luiz, José, Raimundo, João, Damião, Maria e Josefa.
Viveu a infância e
adolescência na cidade de Araripe. Trabalhava na roça durante o inverno e na
sapataria em outras estações. Na adolescência, fazia sandálias e, algumas
vezes, presentava Olindina.
Antônio Paulino atuou em
duas ocupações, segundo a família. Enquanto agricultou trabalhava na roça,
plantando grãos como feijão e milho. Já seu ofício na sapataria, o tornou
mestre sapateiro.
1.2 O
CASAMENTO
O casamento é um ato
voluntário que começa com vontade dos dois e pode terminar com o repúdio
universal ou bilateral - é muito parecido com a figura da união de facto, segundo
Costa (2012). Com a influência do
cristianismo, o casamento passa ser encarado como um sacramento em que intervém
a vontade divina, o casamento reveste-se de forma canônica e é o ministro do
culto que autoriza a celebração. A
concepção do casamento como um ato meramente civil foi adotado com a revolução
francesa, no final do século XVIII. Já a proclamação da República tornou o
casamento civil obrigatório e deixou-se assim de atribuir efeitos civis ao
casamento católico. Em Portugal, o artigo 20º define o casamento como “a união
voluntária entre um homem e uma mulher, formalizada nos termos da lei, com o
objetivo de estabelecerem uma plena comunhão de vida”.
A promessa de casamento é um
ato de importância social, realizado com seriedade entre os noivos e conhecido
entre os seus familiares e o meio social, segundo Costa (2012). Pois, o
casamento trata-se de um dos fatos mais marcantes na vida das pessoas no século XX. Os namorados
Antônio Paulino e Olindina casaram-se em 17 de setembro de 1956 (ela 19 anos,
ele 29 anos), no município de Potengi – CE. Por compreender sê-lo sagrado,
casaram por amor e blindaram o matrimônio. (CARDOSO, 2012)
A esposa de Antônio Paulino,
Olindina nasceu no Sítio Alegre, município de Campos Sales (atualmente Salitre
- CE), em 17 de julho de 1936, segundo documentos pessoais, 10 anos mais jovem
que o mestre sapateiro. Filha de João (sapateiro), primo legítimo de Antônio
Paulino.
Olindina é a filha mais
velha de cinco filhos. Na infância, Olindina lavava e passava roupas para as
pessoas ricas com a mãe; além disso, ela buscava lenha na chapada aos domingos.
Aos 15 anos começou sua vida de agricultora, trabalhando na roça. Lavava e passava
roupas para algumas famílias. Entre os ricaços para quem prestava os serviços
de lavadeira estava o Sr. Zezito (político) que fora prefeito de Araripe por
vários mandatos.
Exerceu também a função de
zeladora na Escola Dona Carlota Távora. Sempre corajosa e determinada.
1.3 DESCENDÊNCIA:
A CONSTRUÇÃO DE UMA FAMÍLIA
A família é uma instituição
sagrada ao ser criada por Deus. “Sejam fecundos e tenham filhos”. Eis um
registro bíblico que o Sr. Antônio Paulino e a Sra. Olindina levaram a sério,
pois assim como Jacó, eles casaram-se e tiveram 12 filhos: Manoel, Antônio,
Miguel, Maria Luiza, Lúcia, Cícero, Liduína, João, Francisco Ernando, Luiz
Paulo, Ana Maria e Lindicássia.
A família é a primeira
instituição que o ser humano tem contato. Ela é a principal responsável pela
formação dos indivíduos perante a sociedade. Logo, a transmissão de valores
morais é responsabilidade da família, como menciona Neves & Sanches (SD),
que “a família, por ser o primeiro agrupamento que se encontra mais próximo da
criança, ela se torna responsável pela formação da unidade de sua personalidade
e de seus valores morais.”
A vida dos casais, às vezes,
é marcada pelas constantes mudanças de uma casa para outra. Assim aconteceu com
a família Paulino ao morar na Rua Grande (atual Alexandre Arrais), na Rua Nova
e na Rua Santo Antônio. Nessas mudanças, alguns filhos nasceram em locais
diferentes. Na rua nova nasceram Maria Luiza, Lúcia e Miguel. Na rua Santo
Antônio nasceu Cícero. Enquanto estiveram nesse último endereço, Olindina lavava
e passava roupas para Teodoro Alonso e Munda Ramos.
O casal enfrentou inúmeros
desafios e superou diversos obstáculos. Buscou oportunidades para os filhos e
ofereceu-lhes a educação como relevante herança, incentivando-os a lutar pelos
sonhos.
1.4 O OFÍCIO
ARTESANAL DE ANTÔNIO PAULINO
Em seu pequeno
estabelecimento, Antônio Paulino fazia um trabalho artesanal passando por todas
as etapas da produção de sapatos: desde o desenho da soleira até a costura que
culminava seu trabalho. Era o único sapateiro, outros surgiram depois.
Saia de casa às 5h00 para
comprar o material no Crato, na venda do Sr. Lunga (Joaquim dos Santos Rodrigues). Comprava o couro do boi e começava
o trabalho. Usando o facão, grosava o couro para fazer calçado para vaqueiro.
Muitas vezes, sua esposa Olindina, ajudava costurar usando couro de cotia,
substituindo o feitilho.
Algumas ferramentas
utilizadas no seu trabalho são: o facão, a sovela, a troquera e o imã. O facão
usado para cortar o couro que era esticado pela troquera e perfurado pela
sovela. O imã era utilizado para pegar as peças que caia no chão.
Ele desenvolveu parcerias e
tinha uma enorme clientela nos distritos, sítios araripenses e cidades
vizinhas. Entre a sua clientela havia pessoas de diferentes lugares: sede de
Araripe, Alagoinha, Brejinho, Pajeú, Riacho Grande e cidades vizinhas como
Campos Sales, Potengi e Nova Olinda.
Em Nova Olinda fez parceria
com o Sr. Expedito. No Araripe, seus principais clientes eram Zezito e esposa,
a avó de Dr. José Orlando, a família de Ainê (Oscar, Elson, Antônio Almino,
Raul, João Almino e filhos); os Srs. Francinete e Expedito em Potengi;
Sebastião Pereira em Campos Sales; Lourival e Elísio no Pajeú; José Rodrigues e
Otacílio Rodrigues em Alagoinha; João Frimiano, Cazuza e uma moça no Brejinho;
Antônio Leandro no Riacho Grande. Entre os clientes destaca-se também o Sr.
João Firmino, que sempre perguntava “o que tem pra gente”?
Segundo Luiz Paulo Paulino,
os calçados que o pai fazia eram rústicos; Liduína mencionou que ele fazia
calçados para o desfile cívico no dia 07 de setembro, além desses, fazia trabalho
para as mulheres.
Após a novena nos festejos
do padroeiro Santo Antônio, no mês de junho, Antônio Paulino e Damião (seu
irmão) colocavam solados nos sapatos ao som de música cantada por Bazinho
(perfídia).
Para cortar o couro nas
diferentes e variadas peças do sapato, o Mestre Antônio Paulino usava um facão.
Outras das ferramentas indispensáveis eram as sovelas com que furavam o couro
para coserem os sapatos. Com umas sovelas furavam o couro e com outras, com uma
calha, enfiavam o fio encerado que puxavam à mão para unir as diferentes partes
do sapato.
Além de sapatos, o mestre
sapateiro também fazia peteca no período das festas juninas. Ultimamente pegava
os trabalhos e solicitava que os outros fizessem. Mas como todo trabalhador, o
mestre parou o ofício de sapateiro em 2002 ao adoecer da próstata. Aposentou-se
aos 60 anos como agricultor.
1.5 MORTE
Antigamente, a pessoa que
pressentia a proximidade do seu fim (morte), deitava-se no leito de seu quarto
donde presidia uma cerimônia pública aberta às pessoas da comunidade, segundo
Maranhão (SD). As causas de morte são inúmeras. Entre elas está o acidente
vascular cerebral (AVC) que atingiu o mestre sapateiro Antônio Paulino que fora
levado ao Hospital Regional do Cariri em 2014. Mas os dias de vida ainda estenderam-se
até 08 de março de 2015, quando veio a falecer após sofrer três AVCs no período
de cinco dias. Embora, tivesse uma personalidade otimista, segundo Liduína, a
“indesejada das gentes” chegou e o Sr. Antônio Paulino viu o dia esvair-se e a
noite descer em 08 de março de 2015, após viver 87 anos e seis meses.
Os acidentes vasculares
cerebrais (AVC) estão entre as principais causas de morte e incapacitação
física em todo o mundo desenvolvido, segundo Oliveira & Andrade
(2001).
2 O
PATRONO DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL /SECCIONAL ARARIPE-CE
A relevância dos serviços
prestados ao longo da vida, calçando os pés desde autoridades aos homens
simples, possibilitou que Antônio Paulino de Lima deixasse um legado na
história araripense e cidades vizinhas. Diante do reconhecimento desse ofício
tão relevante outrora, o presidente da ALB/Araripe-CE, Adriano Sousa o colocou
como nome prioritário entre os patronos da entidade.
Diante do vários nomes a
serem homenageados como patronos da Academia de Letras do Brasil, figura o do
Sr. Antônio Paulino de Lima, mestre sapateiro, um verdadeiro artesão. Enquanto
membro da referida entidade, escolhi o artesão dos calçados para divulgá-lo
entre as diversas personalidades araripenses que contribuíram para sociedade.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A realização de uma pesquisa
biográfica é um processo desafiador que possibilita o enriquecimento das
relações interpessoais. Permite o resgate de acontecimentos alheios às
lembranças rotineiras, possibilitando momentos de reflexão e recordações de
momentos significativos na vida das pessoas envolvidas.
A pesquisa biográfica
sensibiliza os envolvidos a mergulhar no mundo do outro, resgatando gestos,
costumes, histórias, curiosidades a serem divulgadas. Além disso, ressalta-se
que recordar é viver; então os momentos de entrevista permitem reviver momentos
que pareciam adormecidos nas mentes dos entrevistados.
Ressalta-se que a pesquisa
biográfica apresenta um resumo com aspectos objetivos e subjetivos; marcado
pelas informações, ideias e opiniões dos entrevistados. Essa pesquisa enquanto
trabalho pode ser aprimorado e enriquecido com novas informações, caso surjam e
sejam necessárias.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
BRITO,
João Manuel Lagarto de. Os gestos que nós perdemos. Estudo
histórico-etnográfico de cinco mestres medievais. (Dissertação de Mestrado
apresentado ao Curso Integrado de Estudos Pós-Graduados em História Medieval e
do Renascimento). Faculdade de Letras da Universidade do Porto, 2006.
CARDOSO,
Renato. Casamento blindado: o seu casamento à prova de divorcio/Renato
Cardoso e Cristiane Cardoso. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2012.
CÓRDOBA,
Ricardo. La Industria Medieval de Córdoba. Córdoba: Caja Provincial de
Ahorros de Cordoba, 1990.
COSTA,
Maria Manuela da. O casamento. Sol nascente. Revista do Centro de Investigação
sobre Ética Aplicada – CISEA. Huambo, 2012.
GOMES,
Marcelo Bolshaw. Biografia e subjetividade. III Congresso Internacional sobre
Pesquisa (Auto) biográfica. Natal: Edfurn, 2008.
MALATIAN,
Teresa. Memórias de sapateiros. Unesp. Univesp. Conteúdos e Didática de
História. Texto Complementar. SD.
DEPOIMENTOS:
Sra. Olindina Paulino;
Sr. Luiz Paulo Paulino;
Sra. Liduína Paulino;
Sra. Lindicássia Paulino.
SOBRE O AUTOR
José Roberto Morais é professor, poeta, cordelista, escritor e crítico literário araripense. Sócio fundador da Academia de Letras do Brasil - ALB/Araripe-CE, cadeira nº 22, patrono - Antônio Paulino de Lima; Sócio efetivo da sociedade dos Poetas de Araripe – SPA, cadeira nº 13, patrono - Raimundo Elesbão de Oliveira.
Obras literárias:
50 Sonetos (poesias) - 2016
Reforma Agrária e o Boi Zebu e as Formigas: uma análise sociológica (crítica literária) - 2017
Antologia Poética: Escritores do Cariri - obra coletiva - 2019
Somos Escritores: Jovens que Escrevem (gêneros textuais) - 2019
José Roberto Morais é professor, poeta, cordelista, escritor e crítico literário araripense. Sócio fundador da Academia de Letras do Brasil - ALB/Araripe-CE, cadeira nº 22, patrono - Antônio Paulino de Lima; Sócio efetivo da sociedade dos Poetas de Araripe – SPA, cadeira nº 13, patrono - Raimundo Elesbão de Oliveira.
Obras literárias:
50 Sonetos (poesias) - 2016
Reforma Agrária e o Boi Zebu e as Formigas: uma análise sociológica (crítica literária) - 2017
Antologia Poética: Escritores do Cariri - obra coletiva - 2019
Somos Escritores: Jovens que Escrevem (gêneros textuais) - 2019
Pesquisa biográfica sobre o Mestre Sapateiro, Antônio Paulino de Lima. Patrono da Cadeira nº 22 da Academia de Letras do Brasil/Seccional/Araripe-CE. Esse trabalho foi apresentado no evento de posse efetiva do escritor José Roberto Morais, no dia 23 de fevereiro de 2019. Evento ocorrido na Escola de Música em Araripe-CE.
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