O Diário de Anne
Frank é uma obra de grande valorização no meio literário. Entretanto, ainda é
pouco explorada, dado o seu caráter intelectual, documental e histórico. Esse
livro pode ser uma importante ferramenta humana para os dias atuais.
Anne Frank
nasceu em 1929, na Alemanha. Aos quatro anos foi obrigada a sair do país com a
família devido a ascensão de Hitler ao poder. Quando o nazismo chega a Holanda
para onde rumaram, a família Frank é forçada a se esconder no anexo do sótão do
escritório de Otto Frank, pai de Anne. Além da garota, seu pai, sua mãe e sua
irmã Margot, também se refugia no esconderijo três integrantes da família Van
Pels e o dentista Dussel.
Em meio ao
conflito da Segunda Guerra Mundial, em um ambiente pequeno e fechado, com
muitas pessoas, a adolescente se apega ao diário que ganhou no aniversário para
expor seus pensamentos, emoções e dúvidas, que mais do que os conflitos comuns
de adolescentes. Para Anne ainda havia a Guerra, o massacre, a falta de
liberdade e de dignidade humana, os sonhos sufocados.
A família Frank
ainda ficou refugiada no anexo secreto por dois anos, até ser encontrada pelos
nazistas. Anne morreu em um dos campos de concentração aos 15 anos. Dos membros
da família, apenas Otto Frank sobreviveu.
O livro é tão
importante que já teve algumas versões e inúmeras edições. O original que a
garota escreveu e outra que ela mesma reorganizou para divulgar. Depois da
Guerra, seu pai quis realizar o desejo da garota de publicar os relatos, então
organizou outra versão para resguardar algumas confissões íntimas da menina.
Posteriormente, estudiosos fundamentaram a versão atualmente conhecida, de
forma a preservar a veracidade e originalidade dos escritos.
Não é preciso
terminar de ler o livro para ter certeza de seu valor, antes de chegar a
metade, o leitor já se apaixona.
O diário de Anne
Frank pode ser muito proveitosamente utilizado nas escolas como ferramenta
pedagógica (paradidático), visto que na linhagem da História o livro relata
fatos e datas memoráveis, que podem auxiliar no ensino da disciplina. A obra de
Anne Frank é marcada também pelos aspectos da adolescência, os quais podem
fazer com que os jovens estudantes se identifiquem e assim o diário pode servir
de ferramenta socioemocional, sobretudo quando a menina descreve suas emoções e
sinaliza: “Sinto-me má ao dormir numa cama quente, enquanto em algum lugar meus
melhores amigos estão caindo de exaustão ou sendo derrubados”. Além disso, o
livro pode despertar no leitor o desejo de escrever, a garota afirma: “O papel
tem mais paciência do que as pessoas”.
Anne atenta
muito para as questões do dia a dia e põe o leitor a pensar nas questões da
vida. Inegavelmente, os relatos da menina prendem o leitor do início ao fim e
desperta seus sentimentos, principalmente ao demonstrar sonhos e o desejo de
escrever livros, “até agora só contei meus pensamentos ao meu diário... no
futuro, vou dedicar menos tempo ao sentimentalismo e mais tempo à realidade”.
O diário de Anne
Frank é de muito valoroso e atual, um daqueles livros que todos devem ler. A gente
cresce com esta ferramenta, que é um verdadeiro manual humano.
SOMOS ESCRITORES: JOVENS QUE ESCREVEM. Organizador e Autores. Pará de Minas, MG: VirtualBooks Editora, Publicação 2019. (pp. 47 - 48)
Resenha escrita por Gerlane Cavalcante para publicação do livro "SOMOS ESCRITORES: JOVENS QUE ESCREVEM". Projeto organizado por mim, através de oficinas de produção textual pelos alunos do 2º e 3º ano (2018) da EEM de Campos Sales.
ResponderExcluirTexto ótimo!
ResponderExcluirSim
ExcluirSim
Excluir*-*, vou procurar esse livro outro dia.
ResponderExcluirMassa
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