Nasci e
sou filho do meu sertão
Todo
dia acordo logo cedinho
Estou
morando no sítio Tanquinho
Acordo
ouvindo no rádio a canção
Nos
açudes, sapos fazem refrão
No
juazeiro, bem-te-vi a cantar
Todo
sertanejo pode observar
Limpando
a roça para obter fartura
Com a
chuvada a safra está segura
Nos dez
de galope à beira do mar
Fui
criado plantando mandioca
Milho,
fava, feijão e algodão
Morando
aqui no querido sertão
Eu
comia da goma a tapioca
Do
milho que mãe fazia pipoca
Nas
novenas comia mungunzá
Noutras
casas havia o vatapá
Depois
que terminava as orações
Hoje
guardamos as recordações
Nos dez
de galope à beira do mar
Dos
namoros de infância estou lembrado
Das
cartas que escrevíamos na escola
Das
brincadeiras e jogos de bola
Daqueles
beijos dentro do mercado
Dos
sorrisos, do abraço apertado
Dos
lugares onde ia te encontrar
Na
biblioteca pra disfarçar
Demorávamos
um livro escolher
Pois eu
estava ali só pra te ver
Nos dez
de galope à beira do mar
Lembrando
das leituras que já fiz
“Bisa
Bia” e “Histórias pescadas”,
“Macaco
malandro”, “Águas passadas”
Outras
estórias com final feliz
“Sopa
de pedra”, “O réu e o juiz”
Os
contos e crônicas pra contar
Os
versos de cordel a declamar
São
obras de autores reconhecidos
Li e
leio pra não ser esquecidos
Nos dez
de galope à beira do mar.
Sítio Tanquinho,
27 de janeiro de 2019
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