A santidade
da morte
encheu
de paz teu semblante,
e eu já
não podia ver-te
de minha
memória diante,
mas no
sossego inerte
e glacial
daquele instante.
No caixão
escasso,
de ceras
à luz fátua,
tinha
teu rosto ambíguo
quietude
augusta de estatua
em um
sarcófago antigo.
Quietude
como eu não sei o que
de doce
e meditativo;
majestade
do que eu era;
repouso
definitivo
de quem
já sabe o porquê.
Placidez,
honra, submissa
à lei;
e na gentil
boca
breve, um sorriso
enigmático,
sutil,
iluminando
indecisa
a cor
da pele de marfim.
A pesar
de tanta pena
como desde
tanto sinto,
aquela visão
me enche
de suave
lembrança
e unção...,
como quando sonha
o corte
de algum convento
numa tarde
serena...
Tradução:
José Roberto Morais
NERVO,
Amado. La santidad de la muerte.
In
“Antologia poética”. Ediciones del Sur.
Córdoba.
Argentina. Octubre de 2003.
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