domingo, 1 de setembro de 2024

MANUEL BANDEIRA: LÍRICO NACIONAL

 LITERATURA BRASILEIRA 


Nasceu Manuel Bandeira

Um importante escritor

Na capital altaneira

De um estado promissor.

Do Pernambuco pro mundo

Com sentimento profundo

O poeta ali nasceu;

Seu pai, Manuel Carneiro

Mãe, Francelina Ribeiro

Recife foi berço seu.

 

Em Recife iniciou

Fez seus estudos primeiros

Aos dez anos se mudou

Para o Rio de Janeiro.

Fez o curso secundário

Seguiu seu itinerário

Colégio Pedro II (segundo);

Tomou gosto por leitura

Pra cursar Arquitetura

Em São Paulo, novo mundo.

 

Seu curso interrompeu

Estava tuberculoso

Suíça, destino seu

Pra tratar o mal danoso.

Na clínica, se internou

Outro poeta encontrou

Buscando sobreviver;

Esses fatos tão diversos

Ele registrou em versos

Por ter medo de morrer.

 

 

Voltou ao país natal

Pra fazer literatura

Um lírico nacional

Destaque nessa cultura.

Autêntico nordestino

Como inspector de ensino

Em grande universidade;

E publicou sem demora

A obra, “A Cinza das Horas”

Pra toda sociedade.

 

Influência simbolista

Nessa obra está presente

Seguindo pra modernista

Na obra posteriormente.

Participou da semana

Crítica à parnasiana

“Os Sapos” foi declamado;

Tumultuou o teatro

Ouviu os gritos, de fato

Seu deboche foi vaiado.

 

Veio “Ritmo Dissoluto”

Depois, “Libertinagem”

Pra Pasárgada, o astuto

Desejou fazer viagem.

Em verso livre escreveu

Sua obra desenvolveu

Linguagem coloquial;

A indesejada chegou

Em 68 nos deixou

O vate nacional.



MORAIS, José Roberto. Manuel Bandeira: lírico nacional. In Revista Sarau. Vol 4, Nº 10, setembro/outubro 2024 (p.41) ISSN 2965.6192

JUVENAL GALENO: POETA FOLCLORISTA

 LITERATURA CEARENSE

 

Fortaleza foi o berço

Do poeta Juvenal

Rua Formosa, começo

Bairro residencial.

O poeta popular

Foi também familiar

De Capistrano de Abreu;

Rodolfo Téofilo, primos

Escritor que aplaudimos

Cada obra que escreveu.

 

Para o Sítio Boa Vista

Um recanto aconchegante

Mudou-se tão otimista

Era pequeno estudante.

Em Pacatuba, estudou

No Aracati, frequentou

Já com noções de latim;

Fez seu primeiro jornal

Literário e cultural

“Sempre Viva” foi assim.

 

Do Ceará ao Brasil

“Mocidade Cearense”

Da imprensa estudantil

Pra Marmota Fluminense.

Lá no Rio de Janeiro

Pra seguir o seu roteiro

Naquela linda cidade;

Com Machado de Assis,

Macêdo e Marinho, quis

Fazer laços de amizade.

 

Ceará no Romantismo

Como marco inaugural

Teve o regionalismo

Do poeta Juvenal.

Os seus “Prelúdios Poéticos”

Com versos sempre frenéticos

Por ser magno literário;

E fez peça teatral

Padaria Espiritual

Padeiro-mor honorário.

 

“Lendas e Canções Populares”

Obra regionalista

Desbravando outros mares

Figura abolicionista.

Com “A Noite na Senzala”

“O Escravo” também fala

Do suicídio ocorrido;

Na encenação transfere

Disse “Quem com ferro fere,

Com ferro será ferido”.

 

No fantástico escreveu

O poema “A Machadada”,

Uma prisão que ocorreu

No percurso da jornada.

Um poeta folclorista

Pois foi um grande contista

Com as “Cenas Populares”;

Genuína inspiração

Galeno é tradição

De produções singulares.


MORAIS, José Roberto. Juvenal Galeno: poeta folclorista. In Revista Sarau. Vol 4, Nº 10, setembro/outubro 2024 (p.40-41) ISSN 2965.6192  


CONFABULANDO COM JOÃO CABRAL II

LITERATURA BRASILEIRA 


II – VIDA NORDESTINA

O meu nome é Severino

Vivendo meu dia a dia

Sou autêntico nordestino

Minha mãe, Dona Maria.

Minha querida esposa

É chamada de Luzia

Ela é filha de Antônia

E do velho Zacarias.

Neste torrão tão quente

Vou vivendo com alegria

No roçado agricultor

Trabalho sem companhia.

Acordo logo cedinho

O sol brilhante irradia

Já plantei milho e feijão

Jerimum e melancia.

À tarde, monto o alazão

Vou cuidar da vacaria

Vestindo o velho gibão

O ocaso se inicia.

Ao curral trago as vacas

Para poder ordenhar

Minha pequena Sofia

Com leite alimentar.

À noite, eu me hospedo

Nesta simples moradia

Depois do jantar, vou dormir

Para acordar noutro dia.


MORAIS, José Roberto. Confabulando com João Cabral. In Revista Sarau. Vol 4, Nº 10, setembro/outubro 2024 (p.40) ISSN 2965.6192  


CONFABULANDO COM JOÃO CABRAL I

LITERATURA BRASILEIRA 


I - TECENDO A VIDA

Um homem sozinho não vive neste mundo:
ele precisará sempre de outros homens.

de um professor para orientar sua busca pelo conhecimento,
de um médico para cuidar da sua saúde,
de um advogado para defender sua causa,
de um agricultor para cultivar seu alimento,

de um pedreiro para construir sua casa,

de um motorista para conduzir seu veículo,
de um mecânico para consertar seu transporte,
de um policial para garantir sua segurança,
de um poeta para recitar o poema da sua vida.

E se organizando neste planeta,
ajudando e recebendo ajuda,
se comunicando com seu meio,
ele vai tecendo sua vida.
Amanhã, quando a indesejada das gentes chegar

ele partirá e será luz.


MORAIS, José Roberto. Confabulando com João Cabral. In Revista Sarau. Vol 4, Nº 10, setembro/outubro 2024 (p.40) ISSN 2965.6192