domingo, 7 de julho de 2019

MENORES ABANDONADOS


O romance, intitulado “Capitães da Areia” do escritor brasileiro Jorge Amado, retrata a vida dos menores abandonados. A obra publicada em 1937, faz parte da segunda geração modernista, conhecida como literatura regionalista. Com um compromisso ideológico, no sentido de contestar as estruturas estabelecidas e se colocar de maneira deliberada, ao lado dos desfavorecidos da sorte.
Essa obra de Jorge Amado de cunho Realista buscou documentar entraves que limitavam o direito do ser humano, visto que essas mazelas são presentes até hoje na sociedade brasileira. O estilo deste autor também é conhecido como romance da terra e seus livros possuem uma linguagem agradável e de fácil compreensão.
A obra começa apresentando reportagens sobre o problema das crianças de ruas tidas como “delinquentes”.  Após a primeira reportagem, o jornal passa a publicar várias cartas enviadas à redação; cartas que transformam o assunto em debate e mostram a sociedade desigual, opondo ricos e pobres, opressores e oprimidos, consentidos e rejeitados.
O líder do grupo que se abriga durante à noite em um casarão abandonado chama-se Pedro Bala, um garoto corajoso que não tem pai, nem mãe. Ele descobre que seu pai era o líder de uma greve quando foi assassinado.
A vida das crianças tem sempre a mesma rotina. Durante o dia, elas se ocupam buscando o que comer e vestir, pedindo ou tendo muitas vezes que roubar para conseguir sobreviver. E ao descer à noite, reúnem-se todas no Trapiche (casarão), onde escutam as estórias narradas pelo único leitor do grupo, João José, apelidado de Professor que tem uma paixão pelos livros e afeição pelos desenhos. Através de seus desenhos, na rua, ganha algumas moedas.
   João Grande é companheiro inseparável de Pedro. Segundo esse, o negro é dos “bons”. Pirulito é o religioso. Sem Pernas, o deficiente. Gato, o vaidoso namorador. Almiro e Barandão tem um caso homoafetivo. Boa Vida, o malandro sambista. Professor é o leitor e contador de estórias à luz de velas. Volta Seca, o sertanejo que sonha entrar para o grupo de cangaceiros de seu padrinho, Lampião. Dora, é a única capitã; a mãe, irmã, noiva, esposa, amiga. Zé Fuinha é irmão de Dora. Os únicos adultos que preocupam-se com os Capitães da Areia são: Querido de Deus, capoeirista que arruma os “serviços” para os garotos; Padre José Pedro que tornou-se amigo e preocupa-se com a “salvação dos pequenos”; Dona Aninha, a mãe de santo que faz remédios e reza quando alguém adoece.  
Capitães da Areia é uma das mais significativas obras do Modernismo Brasileiro, apresenta o quadro regional, mostrando o drama da infância abandonada, bem como os conflitos e injustiças sociais ligados aos desequilíbrios econômicos. Os menores discriminados, rebelam-se contra as pessoas de bem por decepção.

REFERÊNCIAS

CARLOS, Elisângela de Almeida; FERREIRA, Marineide Mendes. Leitura Plural de “Capitães da Areia” de Jorge Amado. I Congresso Nacional de Linguagens e Representações: Linguagens e Leituras. III Encontro Nacional da Cátedra UNESCO de Leitura. VII Encontro Local do PROLER UESC - ILHÉUS - BA/ 14 a 17 de outubro 2009.

Um comentário:

  1. Li o livro "Capitães da Areia" pela primeira vez em 2008 quando cursava 3º ano do ensino médio na Escola José Waldemar de Alcântara e Silva (Salitre-CE). Essa obra tornou-se uma das minhas favoritas. Atualmente, enquanto orientando de um projeto de leitura sobre o livro, decidi escrever uma resenha. Para isso, li alguns artigos sobre a obra, entre eles "Leitura plural de Capitães da Areia de Jorge Amado" (CARLOS & FERREIRA, 2009)

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